Lady Gaga é o nome artístico de Stefani Joanne Angelina Germanotta, nascida em Nova York em 1986, que começou sua formação musical ainda na infância, tocando piano aos quatro anos e compondo já aos treze. No colégio, sofria bullying o tempo todo, o que infelizmente é comum quando um bando de gente rasa é incapaz de reconhecer quando está diante de alguém muito inteligente e muito talentosa como a jovenzinha Stefani.
Mais tarde, ela ingressou na Tisch School of the Arts da Universidade de Nova York, onde se aprofundou em teoria musical, composição e performance e ou a se apresentar em pequenos clubes e bares do Lower East Side, com um estilo mais rock alternativo. ou a compor para outros artistas até criar a persona Lady Gaga e gravar seu primeiro sucesso em 2008, o hit Poker Face.
Além de cantora e compositora, é pianista proficiente, toca teclado, guitarra e baixo. Seu repertório demonstra uma versatilidade incomum, abrangendo pop, eletrônico, rock, soul, trilhas de cinema e até elementos de música clássica e jazz (este em colaboração com Tony Bennett — esta colunista aqui particularmente adora e recomenda o álbum Cheek to Cheek).
Em 2018, como atriz, fez bonito no papel principal da mais recente adaptação de Nasce Uma Estrela, e ganhou o Oscar de melhor canção original com a belíssima Shallow. Resumindo, é uma artista completa. E numa época com tantas falsas cantoras que apelam para playback e enfatizam apenas ao aspecto visual do espetáculo, Lady Gaga, aos 39 anos e com 17 de carreira, é uma das poucas que poderia se garantir só com sua exuberante performance musical.
Por isso, entendo como ela conseguiu reunir dois milhões de pessoas na praia de Copacabana no último sábado. As críticas contundentes contra a realização do show “gratuito” de Lady Gaga nada têm a ver com ela, mas com o contexto de “pão e circo” que se tornou a mais nova arma dos nossos políticos populistas para distrair o povo da decadência do nosso país. O Brasil, enquanto nação, está ruindo.
A política do “pão e circo” (panem et circenses) foi uma estratégia do Império Romano para controlar e acalmar a população, especialmente as classes mais pobres. Consistia em oferecer gratuitamente alimentos (principalmente trigo) e espetáculos públicos, como corridas de bigas e lutas de gladiadores, em grandes arenas como o Coliseu. O objetivo era desviar a atenção dos problemas políticos e econômicos, evitando revoltas e mantendo o povo satisfeito e distraído.
Qualquer semelhança com o contexto atual não é coincidência. O mais trágico é que logo já não haverá mais “panem” para quem realmente precisa. Os desvios de recursos públicos, o roubo na casa de bilhões do INSS são o início da derrocada geral. O “circenses” que restou, na verdade, nem é o show da Lady Gaga ou de um sertanejo qualquer numa cidade minúscula do interior: o circo somos nós mesmos, palhaços, pagadores de impostos, dinheiro que nunca volta para educação, saúde e segurança porque foi parar nas mãos de gente corrupta.