• O que significou a aprovação: os brasileiros terão de se manter no mercado de trabalho por mais tempo antes de se aposentar, observando as idades mínimas. Para a União, as novas regras significaram uma estimativa de economia de R$ 800 bilhões em dez anos.  
  • Como foi a tramitação: a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6/2019 foi de iniciativa do governo federal, mas seu avanço contou com especial atenção da Câmara dos Deputados, com empenho pessoal do então presidente da Casa, Rodrigo Maia, que defendia a medida sob a ótica de reduzir o déficit da previdência. A proposta tramitou no Congresso por pouco mais de oito meses, entre fevereiro e novembro de 2019, sendo aprovada pela Câmara e pelo Senado. 
  • 2 - Lei Maria da Penha 

    Um marco na proteção da mulher, a legislação teve origem no governo federal, em 2004, mas contou com amplas discussões feitas no Congresso. Antes da norma, o Brasil não tinha legislação que tratasse de violência doméstica. A Lei Maria da Penha, homenagem à mulher que sofreu tentativa de feminicídio e ficou paraplégica, trouxe uma série de mudanças para coibir, prevenir e punir a violência doméstica. Foram definidas como formas de violência a física, a sexual, a patrimonial e a moral. A violência psicológica também foi incluída na lista. Em 2018, a Lei Maria da Penha foi alterada, por iniciativa do Parlamento, para classificar como crime a atitude do homem que descumprir as medidas protetivas de urgência.  

    3 - Auxílio emergencial de R$ 600 na pandemia 

    O Brasil, em março de 2020, começava a viver os dias mais intensos da pandemia de coronavírus. O governo federal havia anunciado um auxílio emergencial de R$ 200, mas o Congresso entendeu que o valor era insuficiente. A Câmara tomou a dianteira e adquiriu protagonismo para assegurar um auxílio emergencial mais elevado e fez andar rapidamente uma proposta de origem legislativa. Na primeira versão do texto da Câmara, a ajuda foi estabelecida em R$ 500, ante os R$ 200 anunciados pelo Ministério da Economia. Após negociação em plenário com líderes governistas, o Executivo aceitou fechar o valor em R$ 600. Inicialmente, a projeção era pagar três parcelas do benefício e alcançar cerca de 30 milhões de pessoas. Com a extensão da pandemia, o auxílio emergencial acabou prorrogado posteriormente e alcançou número ainda maior de beneficiários.  

    4 - Lei da Ficha Limpa 

    A lei entrou em vigor em junho de 2010, fruto de ampla mobilização popular pelo fim da impunidade. A partir dela, ficaram impedidos de concorrer a cargos públicos os condenados em processos criminais em segunda instância. A mesma proibição vale para políticos que tiveram mandatos cassados ou que renunciaram para evitar a perda do cargo público. Candidaturas também podem ser barradas em casos de rejeição de contas de agentes públicos.

    5 - Correção da tabela do Imposto de Renda 

    A tabela do Imposto de Renda (IR) está sem correção desde 2015 e vários projetos para mudar isso ficaram travados no Congresso. Isso significa que, a cada ano, pessoas que ganham menos estão tendo que pagar mais tributos e declarar as contas à Receita Federal. Pelas regras atuais, o pagamento do IR é devido por quem recebe R$ 2.379,97 mensais, somando R$ 28.559,70 ao ano. Ou seja, trabalhadores que recebem pouco menos de dois salários mínimos estão tendo de declarar e recolher o imposto.  

    Cinco decisões da Assembleia Legislativa do RS que impactaram a sociedade

    Fernando Gomes / Agencia RBS

    1 - Rejeição às câmeras nos uniformes policiais 

    Em dezembro de 2021, por 29 votos contrários a 16 favoráveis, a Assembleia rejeitou o projeto que transformava em política definitiva a instalação de câmeras nos uniformes de policiais e viaturas no RS. O debate sobre a política afeta a sociedade porque trata de medida de controle sobre o trabalho do policial, profissional que interage diariamente com a comunidade. Para os defensores da ideia, a adoção das câmeras ajuda a coibir e solucionar eventuais excessos cometidos pelos agentes de segurança. Também é apresentado o argumento de que os vídeos ajudarão a proteger os policiais em caso de denúncias falsas. De outro lado, há críticas de que a medida pode levantar desconfiança prévia e intimidar o agente quando for necessário agir. Esse debate deverá voltar à pauta de discussão da Assembleia no próximo ano. O governo estadual, enquanto isso, prepara o lançamento de uma licitação para adquirir câmeras, mas em uma decisão istrativa, sem força de lei e que pode ser abandonada a qualquer momento. 

    2 - Proibição do consumo de bebida alcoólica em estádio de futebol 

    Desde 2008, por consequência de uma lei de origem parlamentar do então deputado estadual Miki Breier (PSB), está proibida a venda e o consumo de bebida alcoólica nos estádios de futebol do RS.  

    3 - Privatização da CEEE 

    Por decisão da Assembleia Legislativa, o ex-governo Eduardo Leite ficou desobrigado de realizar uma votação popular, o chamado plebiscito, para saber se a população gaúcha era contra ou a favor da venda da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) à iniciativa privada. A decisão acelerou os planos do governo, que concluiu a negociação dos três braços da companhia: o de distribuição, o de transmissão e o de geração.  

    4 - Devolução de imposto 

    A Assembleia Legislativa aprovou, em dezembro de 2020, a proposta do governo para criar um programa de reembolso das famílias de baixa renda pelo pagamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), principal tributo estadual. Compras em mercados ou lojas, por exemplo, vem com o acréscimo do ICMS de forma igual para todos os consumidores. Por isso, em termos proporcionais à renda, o ICMS é mais pesado para os pobres.  

    5 - Precatórios 

    Em julho de 2022, a Assembleia Legislativa autorizou o Estado a pegar um empréstimo de US$ 500 milhões para pagar precatórios. Esses títulos são ordens de pagamento expedidas pelo Judiciário em função de ações movidas por pessoas ou empresas contra o Estado. Em geral, envolvem discussões salariais, desapropriações e cobranças indevidas de impostos. Em dados de julho, o RS devia cerca de R$ 17,2 bilhões em precatórios para mais de 67 mil credores. O empréstimo, que será feito junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), alcança cerca de R$ 2,6 bilhões, considerando a cotação do dólar de 31 de agosto. O valor será utilizado para pagar os precatórios no chamado regime de conciliação, em que o credor aceita dar um desconto de até 40% no seu título e, assim, recebe preferência na fila. Considerando o desconto, estima-se que será possível diminuir a dívida de precatórios em cerca de R$ 4,5 bilhões. 

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