
A canola tem ganhado espaço entre as culturas de inverno no Rio Grande do Sul. Em o Fundo, no norte do Estado, a área da oleaginosa cresceu cerca de 75% nos últimos dois anos.
Em 2023, a cultura ocupava em torno de 2 mil hectares entre os 42 municípios do norte gaúcho atendidos pelo escritório regional Planalto da Emater/Ascar RS. No último ano, a área chegou a aproximadamente 3,5 mil hectares.
— O produtor está enxergando a cultura como uma opção de renda no inverno e cobertura de solo — explica o coordenador regional da Emater, Oriberto Adami.
O avanço da canola também foi a nível Estado, como mostram dados da Emater. Em 2023 foram plantados pouco mais de 75,4 mil hectares da cultura. No ano seguinte, o número subiu para 151,7 mil hectares. A Emater faz um levantamento para identificar se há chance de que esse número aumente ou fique no mesmo patamar.
Além do preço atrativo, as cultivares de canola também têm apresentado avanços significativos em produtividade e maior resistência a doenças. Na região, a média tem se mantido em 28 sacas por hectare (sc/ha) da canola.
— A canola tem potencial para produzir 35 a 40 sc/ha — afirma.
Diminuição na área de trigo

Enquanto a canola cresce, para a próxima safra de inverno há expectativa de diminuição de 15 a 20% na área de trigo na região, conforme Oriberto.
— A média do trigo no ano ado ficou em torno de 50 sacas por hectare. Porém, teve problemas de valor por sacas em função da baixa qualidade do grão, ocasionada pelo excesso de chuvas no período de floração e formação de grão, o que provocou a ocorrência de doenças fúngicas — disse.
A aveia branca também tem um papel importante entre as culturas de inverno chegando a 40% da área ocupada com o trigo, que é de 110 mil hectares.
Conforme Oriberto, a demanda por cobertura do solo durante o inverno também tem crescido entre os agricultores. No último ano, dos 720 mil hectares agricultáveis cerca de 200 mil foram ocupados por aveia branca ou preta, trigo e canola.
— Ainda está abaixo do esperado, mas tem crescido a procura entre os produtores. Ainda fica muita área em pousio, o que não é correto porque não gera renda e o solo fica exposto. É importante no inverno ocupar a área com cultivos comerciais, como trigo, canola, aveia branca e preta ou com culturas específicas para cobertura de solo, principalmente o nabo forrageiro — pontuou Adami.