Puxando os investimentos mais agressivos da participação gaúcha no segmento, a Be8 (antiga BSBios), de o Fundo, lidera o mercado nacional de biodiesel processado a partir da soja e projeta expansão para a produção de etanol. Prevista para operar a partir de 2025, uma nova usina da companhia vai produzir até 220 milhões de litros de combustível fabricado com trigo e triticale. Além da solução energética, a produção traz outro fôlego para a agricultura, do grande negócio à agricultura familiar:
— O combustível do futuro traz uma grande oportunidade para o setor agrícola, porque é dali que vem a matéria-prima. Então, um dos setores mais beneficiados com essa política pública, sem dúvida, é o agronegócio — diz o presidente da Be8, Erasmo Battistella.
Entre os investimentos mais recentes, a fabricante está finalizando a primeira unidade do BeVant, combustível desenvolvido pela Be8 e chamado pela companhia de “diesel verde brasileiro”. O produto deve estar disponível no mercado a partir de novembro. Seu diferencial é poder ser utilizado imediatamente nos motores, sem necessidade de mistura, substituindo totalmente o diesel fóssil. Utilizado em larga escala, o biocombustível pode ter papel central nas estratégias sustentáveis das empresas que adotarem o compromisso com a redução das emissões na frota brasileira.
A companhia também possui projeto avançado para produção de SAF (o combustível sustentável de aviação) no Paraguai. Com o novo marco legal dos combustíveis, abre-se a possibilidade de incluir o mercado brasileiro na rota dos investimentos sustentáveis para aviação, diz Battistella.
Secretário de Desenvolvimento Econômico do RS, Ernani Polo menciona a importância dos biocombustíveis na reconstrução do Estado após a catástrofe climática. Além do escopo que confere à indústria, vira mais uma alternativa para a produção agrícola, sobretudo para a produção em duas safras, no inverno e no verão.
Segundo Polo, há intenção por parte do Piratini para que o biocombustível gaúcho seja cada vez mais inserido nos programas de incentivo que priorizam a economia verde:
— É um setor importante, conectado com a pauta da sustentabilidade. O Estado tem capacidade industrial instalada, tem a matéria-prima, então o esforço vai ser na maior intensidade e o próprio governador nos orientou a caminhar nessa direção.