A Justiça de Santa Catarina negou o pedido feito pela Polícia Civil para prender preventivamente o namorado de Isadora Viana Costa, 22 anos, de Santa Maria. A modelo gaúcha foi visitar o namorado de 35 anos, que mora e trabalha em Imbituba (SC) duas semanas antes de sua morte, em 8 de maio.
A decisão do juiz Welton Rubenich, da 2ª Vara da Comarca de Imbituba, não acolheu o pedido do delegado Raphael Rampinelli, que solicitou a preventiva ou uso de tornozeleira eletrônica do suspeito — o nome dele não é divulgado pela Polícia Civil.
Na decisão, foram determinadas medidas cautelares como a impossibilidade de o homem — suspeito de matar a namorada — frequentar bares, festas e boates, proibição do uso de drogas, de se ausentar do país, além de não poder ficar distante da comarca por mais de sete dias sem prévia autorização e de estar impedido de manter contato com testemunhas do caso, que corre em segredo de Justiça.
A advogada Daniela Felix, que acompanha a família da vítima e aguarda a solicitação para ser assistente de acusação, considerou a decisão das medidas cautelares por hora adequadas:
— Se houver alteração dessas condições, novas medidas poderão ser solicitadas e determinadas pelo juiz da causa. O único óbice de fato é o grande potencial econômico do réu— declarou.
A defesa do suspeito apontado como responsável pelo crime, representada pelo advogado Aury Lopes Jr., mostrou-se satisfeita com a decisão, já que considerava o pedido "desnecessário, desproporcional e incabível".
— O que ocorreu e iremos comprovar, é que houve uma fatalidade, um acidente. Ele prestou socorro integral e foi incansável na tentativa de salvar a menina. Ele colaborou desde o início com as investigações e compareceu em todas as vezes que foi solicitado — afirma.
De acordo com o titular da DP de Imbituba, Raphael Rampinelli, foi encontrada pequena quantidade de cocaína, supostamente usada pelo casal:
— Ainda estamos fazendo diligências e aguardando o laudo toxicológico da vítima. Mas o que o laudo do Departamento Médico Legal já mostrou é que o trauma abdominal não foi proveniente de queda corriqueira nem uso de drogas. Os quatro litros de sangue que haviam no abdome da mulher mostram que houve trauma mecânico. Isso significa que a queda, provavelmente por ação de outra pessoa, e no momento da morte, por volta de 6h30min, só estava o casal no apartamento.
Feminicídio
Segundo Rampinelli, o suspeito será indiciado por homicídio com qualificadora de feminicídio.
Os últimos contatos de Isadora com a família ocorreram horas antes de sua morte. No primeiro contato via WhatsApp, por volta da meia-noite, a modelo avisou a mãe que ficaria mais uns dias com o namorado para que ele não asse o aniversário sozinho, mas poucas horas depois do primeiro contato, 50 minutos anteriores ao homicídio, a modelo tentou contato com os pais, que dormiam e não ouviram a chamada.
— Talvez a ligação fosse um pedido de socorro, imagine nossa dor — disse um familiar da vítima.