O objetivo foi investigar a prevalência de solidão e suas associações com indicadores sociodemográficos e de saúde em 10 mil adultos a partir de 50 anos e idosos, residentes em todo o país.
Foram analisadas informações do banco de dados Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (Elsi-Brasil), referentes a 2015 e 2016.
Com base na pergunta "Com que frequência o(a) senhor(a) se sentiu sozinho(a) ou solitário(a): sempre, algumas vezes ou nunca?", a prevalência de sempre sentir solidão foi de 16,8%; a de algumas vezes sentir solidão, 31,7%; e a de nunca sentir solidão, 51,5%.
O sentimento de solidão intensa é mais frequente entre idosos de 80 anos ou mais quando comparados a idosos mais jovens.
Embora a maior parte dos participantes tenha declarado nunca se sentir solitária, foi observada maior probabilidade de sempre sentir solidão entre mulheres, pessoas que moravam sozinhas, que nunca foram à escola, que pontuaram para depressão e as que avaliaram a própria saúde e a qualidade do sono como ruins/muito ruins.
Os dados apontam a solidão como uma condição a ser levada em conta por serviços e profissionais responsáveis pelo cuidado de adultos e idosos, dado seu potencial para prejudicar a qualidade de vida nesses grupos.