E eu não estou nem um pouco assustado. Por várias razões. Primeiro: já aconteceu outras vezes e vai continuar acontecendo. De vez em quando, vai ter um vírus que sofre mutações e a a ser transmitido para seres humanos. Mas, se você analisar essa epidemia, a velocidade de disseminação é rápida, os números vão aumentando muito rapidamente, porém a mortalidade é baixa. A maioria desses casos você não consegue nem diferenciar de um resfriado comum. E quase toda a mortalidade é na China. Você não sabe que tipo de atendimento essas pessoas tiveram, se procuraram hospital, se não procuraram, em que hospitais foram tratadas. A China não tem um serviço hospitalar maravilhoso.

Mas construiu um hospital em 10 dias.
Isso daí já é da parte de engenharia. Conheci dois hospitais chineses por dentro, 10 anos atrás. Estavam muito atrasados, muito mesmo. Parecia a medicina brasileira dos anos 1950. Você não sabe que tipo de atendimento e que problema de saúde essas pessoas já tiveram. Um problema terrível, não só na China, mas no Oriente todo, é o cigarro. Há um número de fumantes absurdo. Uma coisa é uma complicação respiratória em uma pessoa que nunca fumou e outra coisa é em um fumante. A idade também influencia. Não temos esses dados. Ainda assim, a mortalidade é ao redor de 2%. Então, não vejo problema maior. No Brasil, temos uma vigilância epidemiológica no Sistema Único de Saúde (SUS) que é muito competente. Acho que as coisas estão sob controle.

Confira o restante da entrevista com o médico Drauzio Varella neste link. 

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