Entre os exemplos de obra citados por Schirmer, está a troca de calçadas em ruas do Centro Histórico — exceto as do Quadrilátero Central. Essa é uma das principais queixas de frequentadores e moradores da região. O novo piso seguirá um padrão a ser replicado em todo o bairro.
— Tem muito buraco, desnível. É um perigo. Minha mãe, que é idosa, prefiro que ela não venha mais ao Centro nessas condições — diz a arquiteta Clara Duarte, 55 anos, que possui escritório no bairro.
A Associação de Moradores do Centro Histórico marcou reunião com o secretário Schirmer para os próximos dias. No encontro, a entidade apresentará demandas que julga serem emergenciais — muitas para corrigir problemas que surgiram após a enchente.
Marivane Anhanha Rogerio, 61, moradora do Centro e vice-presidente da associação, pede melhorias na tubulação subterrânea de esgoto.
— O início das ruas General Salustiano e Andradas sempre foi o primeiro ponto a alagar com chuvas esporádicas e fortes. Aumentou com a enchente. Um fiscal da prefeitura nos falou sobre a necessidade de uma "mini casa de bombas", pois o nível dos canos está na mesma altura do Guaíba. Estes canos, hoje, são de 30 centímetros. Deveriam ser bem maiores para atender a demanda — diz Marivane.
No 4º Distrito, o projeto de maior destaque que a prefeitura quer tirar do papel com o financiamento é o de revitalização da Avenida Farrapos e da Rua Voluntários da Pátria. Segundo Schirmer, os estudos ainda estão sendo elaborados, e por isso ainda não há detalhamento do que será feito.
— A Farrapos já foi uma grande avenida da cidade. Quando comprei este imóvel, paguei caro na época. Hoje, está desvalorizado. É preciso mudar muita coisa aqui, pois de uns anos para cá tudo tem fechado — diz André Gomes, 66, dono de uma loja de autopeças na via.
O presidente da Associação de Empresários do 4º Distrito Atingidos, Arlei Romeiro, pede que a reforma do calçamento também chegue aos bairros desta região.
— Precisamos de uma revitalização das ruas, do calçamento, do asfalto. Desde a enchente, estamos precisando ainda mais de uma melhora estrutural — diz.
— Muitas empresas e moradores acabaram deixando a região. Ruas ficaram desertas e isso favorece todo tipo de criminalidade, mas principalmente o furto de cabos de energia. Acontece diariamente — reclama Arlei.
Assinados no fim de 2024 pelo prefeito Sebastião Melo (MDB), os contratos de financiamento preveem contrapartida do município. Dois rees estão previstos pelo cofinanciamento das instituições: 77,7 milhões de euros pelo Banco Mundial e 51,8 milhões de euros pela AFD. A contrapartida do município será de 32,4 milhões de euros, que poderão ser pagos ou abatidos por meio da execução de obras em valor equivalente.