Ailton Gonçalves Moraes Barros, capitão reformado do Exército, teria intermediado a inserção ilegal de dados em cartões de vacinação contra a Covid-19 e teria participado de reuniões que discutiam estratégias para evitar a posse do governo eleito
Alexandre Castilho Bitencourt da Silva, coronel do Exército, é apontado como um dos autores da "Carta ao Comandante do Exército de Oficiais Superiores da Ativa e Exército Brasileiro", documento de teor golpista que buscava incitar a alta cúpula militar a intervir no processo democrático
Alexandre Ramagem, deputado federal, ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e delegado da Polícia Federal, é investigado por supostamente ter utilizado sua posição para facilitar ações que visavam desestabilizar o governo eleito, incluindo a disseminação de informações falsas sobre o sistema eleitoral
Almir Garnier Santos, almirante da reserva e ex-comandante da Marinha, teria colocado tropa à disposição do então presidente para um eventual movimento de ruptura democrática
Amauri Feres Saad, advogado citado na I dos Atos Golpistas como "mentor intelectual" da minuta do golpe encontrada com Anderson Torres
Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, suspeito de ter facilitado a ação de vândalos no 8 de Janeiro, quando era secretário de Segurança no Distrito Federal. Também foi na casa dele que foi encontrada a chamada minuta do golpe, que visava invalidar a eleição de Lula
Anderson Lima de Moura, coronel do Exército, seria um dos autores do documento de teor golpista "Carta ao Comandante do Exército de Oficiais Superiores da Ativa e Exército Brasileiro"
Angelo Martins Denicoli, major da reserva do Exército que chegou a ocupar cargo de direção no Ministério da Saúde na gestão Eduardo Pazuello. Segundo a PF, atuava na disseminação de fake news
Augusto Heleno Ribeiro Pereira, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional e general da reserva do Exército, é suspeito de ter participado de reuniões e articulações que visavam questionar a legitimidade das eleições e promover ações contrárias à ordem democrática
Bernardo Romão Correa Netto, coronel suspeito de integrar núcleo responsável por incitar militares a aderirem a uma estratégia de intervenção militar para impedir a posse de Lula
Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, engenheiro contratado pelo PL para questionar a integridade das urnas eletrônicas durante as eleições de 2022. É apontado por disseminar informações falsas com o objetivo de desacreditar o sistema eleitoral brasileiro
Carlos Giovani Delevati Pasini, coronel do Exército suspeito de ter participado da confecção da "Carta ao Comandante do Exército de Oficiais Superiores da Ativa e Exército Brasileiro"
Cleverson Ney Magalhães, coronel da reserva do Exército e ex-oficial do Comando de Operações Terrestres, é suspeito de participar da organização dos atos do 8 de Janeiro
Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira, general da reserva e ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército, é suspeito de participar de reuniões e articulações que tinham como objetivo questionar a legitimidade das eleições e promover ações contrárias à ordem democrática
Fabrício Moreira de Bastos, coronel do Exército, supostamente envolvido com elaboração de carta de teor golpista
Filipe Garcia Martins, ex-assessor da Presidência da República, teria participado de reuniões que trataram da elaboração de minutas de golpe e teria papel de disseminar informações falsas sobre o sistema eleitoral brasileiro
Fernando Cerimedo, empresário argentino que fez transmissões ao vivo questionando a segurança das urnas eletrônicas durante as eleições de 2022
Giancarlo Gomes Rodrigues, subtenente do Exército e supostamente um dos responsáveis pelo monitoramento clandestino de opositores políticos
Guilherme Marques de Almeida, tenente-coronel e ex-comandante do 1º Batalhão de Operações Psicológicas em Goiânia que desmaiou quando a PF bateu a sua porta. É suspeito de disseminar fake news sobre as urnas
Hélio Ferreira Lima, tenente-coronel do Exército identificado em trocas de mensagens com o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid
Jair Bolsonaro, ex-presidente da República, ex-deputado, ex-vereador do Rio de Janeiro e capitão da reserva do Exército, é investigado por suposta participação em articulações que visavam impedir a posse do presidente eleito, incluindo a disseminação de informações falsas sobre o sistema eleitoral e incentivo a movimentos antidemocráticos
José Eduardo de Oliveira e Silva, padre da diocese de Osasco, teria integrado um grupo responsável pela elaboração de teses para desrespeito ao resultado eleitoral de 2022 e manutenção de Bolsonaro no poder
Laercio Vergililo, general da reserva, é investigado por envolvimento em articulações que promoviam ações contrárias à ordem democrática. Segundo as investigações, participou de discussões que buscavam apoio das Forças Armadas para uma possível intervenção militar
Marcelo Bormevet, policial federal suspeito de integrar o esquema de espionagem ilegal conhecido como "Abin paralela", uma estrutura clandestina que teria monitorado opositores políticos
Marcelo Costa Câmara, coronel da reserva e ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro. As investigações apontam que ele teve papel ativo na disseminação de narrativas golpistas e participou de articulações que visavam reverter o resultado das eleições de 2022
Mario Fernandes, ex-número 2 da Secretaria-Geral da Presidência, general da reserva e homem de confiança de Bolsonaro. É suspeito de participar de um grupo que planejou as mortes de Lula, Alckmin e Moraes
Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, tenente-coronel do Exército (afastado das funções na instituição). Segundo as investigações, trocou mensagens com militares e civis sobre possíveis intervenções militares e colaborou na organização de atos antidemocráticos
Nilton Diniz Rodrigues, general do Exército suspeito de envolvimento na elaboração de planos que buscavam impedir a posse do presidente eleito
Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho, empresário e neto do ditador do período de regime militar no Brasil João Figueiredo. É investigado por suspeita de financiar ações que desestabilizariam o processo eleitoral. As apurações indicam que ele teve papel importante no e logístico e na difusão de narrativas golpistas
Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, ex-ministro da Defesa, general da reserva e ex-comandante do Exército. Enviou relatório ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em que levanta suspeitas sobre a lisura das urnas
Rafael Martins de Oliveira, tenente-coronel e integrante do grupo "kids pretos". Estaria envolvido em plano de assassinato de Lula, Alckmin e Moraes
Ronald Ferreira de Araújo Junior, tenente-coronel do Exército, teria participado da redação de uma minuta golpista e de articulações antidemocráticas, incluindo o apoio a atos que questionavam a legitimidade do resultado eleitoral
Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros, tenente-coronel que integrava, de acordo com a PF, o "núcleo de desinformação e ataques ao sistema eleitoral"
Tércio Arnaud Tomaz, ex-assessor de Bolsonaro e considerado um dos pilares do chamado "gabinete do ódio"
Valdemar Costa Neto, presidente do PL, partido pelo qual Jair Bolsonaro e Braga Netto disputaram as eleições de 2022. Enviou à Justiça um relatório em que tentou minar a credibilidade das urnas eletrônicas
Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice de Bolsonaro em 2022, general da reserva do Exército. Teria organizado reuniões em que foi planejado o golpe
Wladimir Matos Soares, policial federal que atuou na segurança do hotel em que Lula ficou hospedado na transição. Ele teria fornecido informações às quais teve o pela função aos autores do plano para matar Lula, Moraes e Alckmin
"O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei", criticou Bolsonaro.
"Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar", finalizou o ex-presidente.
Por que Bolsonaro foi indiciado
O ex-presidente Jair Bolsonaro se tornou alvo central da investigação pelo conjunto das evidências colhidas em dois anos de levantamento de provas pela PF.
Freire Gomes comandou o Exército em 2022 e foi ouvido na condição de testemunha na investigação do âmbito da Operação Tempus Veritatis. O general prestou depoimento à Polícia Federal em 1º de março, em Brasília.
Segundo Baptista Júnior, apenas o chefe da Marinha, Almir Garnier Santos, concordou com as propostas discutidas com Bolsonaro sobre possíveis golpes. O almirante, agora reservista, está entre os indiciados.
O andamento da apuração envolve outras etapas que podem levar à condenação ou absolvição dos envolvidos, a acordos ou ao arquivamento do processo. Um dos próximos os, a partir de agora, é o envio do relatório da PF à Procuradoria-Geral da República (PGR) para análise.
Na etapa atual, o documento elaborado pela PF apresenta os nomes dos possíveis envolvidos, que am a ser considerados indiciados, e os supostos delitos que teriam cometido.
No caso concreto de Bolsonaro e de seus antigos assessores e apoiadores incluídos na investigação, os crimes atribuídos a eles envolvem a tentativa de golpe de Estado (pena de quatro a 12 anos de prisão), abolição violenta do Estado Democrático de Direito (quatro a oito anos) e organização criminosa (três a oito anos).
O relatório de mais de 800 páginas da PF foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro relator do caso, Alexandre de Moraes, deve agora enviá-lo à PGR (sede istrativa do Ministério Público Federal). O procedimento ainda envolve apresentação da denúncia, instrução do processo e julgamento, que pode ter como desfecho penas de prisão.
Entre os que se manifestaram publicamente até a noite desta quinta-feira, a maior parte diz ainda não ter tido o aos detalhes do relatório da PF. Alguns, como os advogados de Braga Netto e do padre José Eduardo de Oliveira e Silva, criticaram a divulgação dos nomes dos investigados à imprensa.