Divulgados em coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira (22) por Schirmer, ao lado de representantes de órgãos públicos federais, estaduais e municipais, os detalhes da operação incluem, ainda, os locais das manifestações favoráveis e contrárias a Lula. O movimento Frente Brasil Popular, que representa os grupos de esquerda, estará acampado no Anfiteatro Pôr do Sol. Já os ônibus que se deslocarem para Porto Alegre ficarão estacionados na Avenida Beira-Rio.
Já a manifestação ligada à direita, que apoia a condenação do ex-presidente, ocorrerá no Parque Moinhos de Vento, o Parcão. Segundo a prefeitura de Porto Alegre, o Movimento Brasil Livre (MBL) solicitou o bloqueio da Avenida Goethe, entre as ruas Mostardeiro e Dona Laura, a partir das 18h de quarta-feira.
— Nosso planejamento prevê antes, durante e pós-julgamento. Ao fim, daremos a proteção à dispersão de manifestantes para que não ocorram nenhum "encontro" de provocações — disse o comandante-geral da BM Militar, coronel Andreis Dal’Lago.
Na megaoperação, também está previsto o reforço na segurança dos desembargadores responsáveis pelo julgamento. O deslocamento dos magistrados será de responsabilidade da Polícia Rodoviária Federal (PRF) — está previsto o transporte via terrestre, mas, caso necessário, a corporação está preparada com aeronaves para levá-los ao tribunal.
— Vamos assegurar que todos consigam se deslocar em tempo, mesmo que seja necessária a utilização das nossas aeronaves — afirmou o superintendente da PRF no Estado, João Francisco de Oliveira.
O custo da operação e o efetivo deslocado para o esquema não foram divulgados — estima-se que em torno de 4 mil policiais militares estejam envolvidos.
Condenado em primeira instância pelo juiz Sergio Moro a nove anos e seis meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva terá sua apelação julgada pelo TRF4, em Porto Alegre, nesta quarta-feira (24). A condenação é referente à denúncia na 13ª Vara Federal de Curitiba por supostamente ter recebido propina da construtora OAS em troca de favorecimentos à empreiteira em contratos na Petrobras. O suborno, no total de R$ 3,7 milhões, teria sido pago com a aquisição e reforma de um triplex no Guarujá (SP) e no custeio do armazenamento de seu acervo presidencial.
Os advogados pedem a absolvição do petista, alegando que a condução do processo por Moro foi "parcial e facciosa". Já o MPF recorreu à decisão de Moro por entender que o ex-presidente deve ser punido por três atos de corrupção em concurso material — instrumento jurídico pelo qual as penas são somadas — e não apenas um crime de corrupção e um de lavagem de dinheiro, como entendeu o juiz na sentença.
O ex-presidente será julgado pela 8ª Turma do TRF4, formada pelos desembargadores João Pedro Gebran Neto, relator do processo, Leandro Paulsen, presidente da Turma e revisor, e Victor Luiz dos Santos Laus. Estão previstas manifestações favoráveis e contrárias ao ex-presidente em Porto Alegre, e foi montado um esquema de segurança especial. Seja qual for o resultado do julgamento — condenação ou absolvição —, o processo não se encerra nesta quarta-feira, já que cabem recursos ao próprio TRF4.
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