Discutida nas campanhas eleitorais para o governo do Estado desde 1998, a venda do banco público era uma condição imposta pelo governo federal para que o governo estadual conseguisse o acordo para a retomada do pagamento da dívida com a União. A exigência acabou suplantada com as reformas aprovadas na Assembleia e a privatização de outras estatais.

Por outro lado, no ano ado, os deputados estaduais aprovaram emenda que retirou da Constituição Estadual a necessidade da convocação de um plebiscito para a desestatização do Banrisul, deixando a decisão na mão do Palácio Piratini.

Em recente pesquisa do Ipec (antigo Ibope) no Rio Grande do Sul, 49% dos entrevistados se disseram contra a venda do banco público, ante 28% de pessoas favoráveis. Outros 9% disseram que não são favoráveis nem contrários, enquanto 15% disseram que não sabem ou não responderam à questão.

Esta é a terceira reportagem da série Vida Real, na qual os postulantes ao governo gaúcho foram convidados a responder, de forma sucinta e objetiva, a respeito de temas que impactam diretamente no cotidiano dos gaúchos. Nas edições anteriores, eles foram chamados a dizer “sim” ou “não” para concessões de estradas e os atuais critérios do ree de recursos a hospitais.

Desta vez, a pergunta feita aos oito candidatos foi a seguinte:

O senhor defende a privatização do Banrisul?

Leia a resposta de cada um, em ordem alfabética:

ARGENTA

ARGENTA

PSC

Não. O Banrisul deve ser reformulado e precisa se tornar extremamente eficiente. Vamos dar um destino diferenciado para o Banrisul: financiar a indústria, a agroindústria e a produção. Vamos incorporar o Badesul (agência de fomento estadual) ao Banrisul, dando a ele uma função de geração de empregos.

EDEGAR PRETTO

EDEGAR PRETTO

PT

Não. O Banrisul, no nosso governo, será público e será fortalecido, não somente para que o governo possa comemorar os lucros. Quero o Banrisul financiando o desenvolvimento e estabelecendo linhas de crédito diferenciadas para setores produtivos que possam ajudar desenvolver o RS, gerem empregos e aumentem a arrecadação.

EDUARDO LEITE

EDUARDO LEITE

PSDB

Sim, chamaremos a discussão para o Estado sobre ter três bancos ou apenas encaminhar o fortalecimento de algum deles para ser o banco que promove o desenvolvimento. Essa discussão vem no sentido de estimular a reflexão do Estado. A decisão será aquela que a sociedade encaminhará e, no final das contas, da Assembleia Legislativa.

LUIS CARLOS HEINZE

LUIS CARLOS HEINZE

pp

Não, hoje não defendo a privatização do modo como está. O preço da ação do Banrisul, que valia R$ 29,70 no tempo do (ex-governador José Ivo) Sartori, hoje é R$ 10. Não vale a pena vender por muito pouco valor. Em cinco ou seis anos eu tiro esse valor, mesmo ele estando mal istrado como está hoje.

ONYX LORENZONI

ONYX LORENZONI

PL

Na atual circunstância, não. O banco valia R$ 10,4 bilhões, hoje vale R$ 4,4 bilhões. Ou seja, se perdeu R$ 6 bilhões por má gestão, politicagem e incompetência. Se botar para vender, vai vender por R$ 2 bilhões ou R$ 3 bilhões. Quem vai ganhar dinheiro quando o banco retomar seu valor original?

RICARDO JOBIM

RICARDO JOBIM

NOVO

Sim. Porque eu pretendo criar um fundo para investir todo esse dinheiro (que seria obtido com a venda do banco) para fazer uma revolução na educação do Rio Grande do Sul. Investimento em educação é investimento em PIB futuro.

VICENTE BOGO

VICENTE BOGO

PSB

Não. Entendo que o Banrisul é um instrumento que o Estado tem para fazer política de desenvolvimento. Quero usar o Banrisul para ajudar, sobretudo, na microeconomia, na diversificação, na agregação de valor. O banco deve cumprir um papel importante na estratégia de desenvolvimento de longo prazo do RS.

VIEIRA DA CUNHA

VIEIRA DA CUNHA

PDT

Não. Defendo que o Banrisul continue sendo um banco público para que possa ser o braço financeiro e estratégico do Estado para impulsionar o desenvolvimento. Ele está presente nas pequenas comunidades, nas cidades do Interior, cumprindo uma relevante função social que o banco privado não cumprirá.

Sobre o Vida Real

Para ajudar os eleitores a conhecerem a posição dos candidatos ao governo do Rio Grande do Sul sobre alguns dos temas mais relevantes desta eleição, a reportagem de Rádio Gaúcha, Zero Hora e GZH realiza a série Vida Real.

Foram chamados a participar os oito concorrentes cujos partidos têm representação no Congresso Nacional, mesma regra adotada para a participação nos debates eleitorais.

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