"As universidades públicas têm de se autogerir", afirma o candidato Hamilton Mourão
"As universidades públicas
têm de se autogerir", afirma o candidato Hamilton Mourão
  • “Não é issível que se tenha orçamento secreto”, afirma a candidata Ana Amélia Lemos

    “Não é issível que se tenha orçamento secreto”, afirma a candidata Ana Amélia Lemos
  • A senhora citou o candidato a governador da sua coligação. Suas propostas também seriam as mesmas, de focar na geração de empregos, ou teria outras prioridades?

    O que nos deixou muito conectados é exatamente o que ele defende, a geração de empregos e o fortalecimento da Metade Sul. Temos de desburocratizar toda essa carga tributária que está quase inviável para alguém hoje ser um empreendedor, um investidor.
    A carga tributária é muito grande.

    A reforma tributária é justamente um dos temas que o Congresso deverá tratar. Que tipo de mudança a senhora defende?

    Temos de, além de diminuir (alíquotas), criar menos impostos. Temos de olhar cada empresa, o faturamento de cada empresa, e ter um índice de acordo. A gente vê muitas empresas engessadas pelos altos impostos. Elas gostariam de abrir novas unidades, ampliar a rede de negócios, mas pagam demais para o governo. E pagar para o governo até não seria tão ruim se a gente tivesse uma saúde melhor, uma educação melhor, uma segurança melhor. Todos esses fatores têm de ser discutidos.

    A senhora falou do setor empresarial, mas hoje o cidadão de classe média está na faixa de quem mais paga imposto proporcionalmente. Isso não sobrecarregaria ainda mais esse setor da sociedade?

    Por isso digo que a gente teria de rever todo esse contexto. É uma coisa que, estando lá (no Senado), isso é parte do diálogo. Isso tudo a gente tem que sentar, tentar harmonizar de uma forma que se equacione isso e que se venha a desenvolver principalmente o Rio Grande do Sul. Porque somos um Estado, infelizmente, que já teve tudo e hoje está perdendo principalmente os nossos jovens da Metade Sul, que estão indo para Santa Catarina em busca de trabalho. Isso nos deixa muito tristes, porque olho para a Metade Sul e vejo que, daqui a uns anos, vamos ser uma Metade Sul de velhos.

    No tema das reformas, também está pendente a istrativa. Acha que deve ser feita?

    Analisando a situação, acho que teríamos de fazer uma limpeza em tudo e recomeçar. Acho que em todos os setores, saúde, educação, segurança, temos que dar uma olhada, fazer uma varredura, uma limpeza, e começar talvez fazendo pelo que a gente acredita realmente que se é capaz de fazer.

    Mas quais seriam os pilares?

    Não vou vir aqui te prometer que vamos fazer, não sei o que vou encontrar lá (no Congresso). Nós queremos fazer, isso sim está na nossa plataforma de governo, é gerar empregos, é dar dignidade, é olhar para a Metade Sul com outros olhos.

    Um tema que diz respeito diretamente ao Estado é a renegociação da dívida com a União recentemente concluída. Como senadora, apoiaria esse acordo ou buscaria revisá-lo?

    Acho que essa dívida nós já pagamos várias vezes. Essa dívida está inviável, nós temos de tratar de outra forma, sim.

    Outro tema polêmico é o orçamento secreto e as emendas Pix, que dificultam a fiscalização do uso do dinheiro público. Como senadora, faria uso desse tipo de recurso?

    É uma coisa que a gente também tem de analisar. Mas, na decisão que a gente tomar, teria de haver transparência. Uma coisa que sei fazer é uma empresa dar certo, gerar emprego, dar oportunidade às pessoas, dar dignidade, liderar. Não gosto da palavra discussão, não gosto de enfrentamento e não gosto de nada secreto. 

    Mas em casos concretos em que há conflito, como a recente medida proposta pela União que cortou alíquotas de ICMS dos Estados, gerando temor de grandes perdas de receita, como a senhora se posicionaria">

    Todo ree do governo federal teria de ser destinado ao governo estadual já com planejamento também. Porque se sabe que nós recebemos dinheiro, não é essa istração, são várias istrações, que a União rea para o Estado e, infelizmente, o Estado não consegue canalizar aquele dinheiro porque vamos tapar um furo aqui, outro lá. Então acho que, quando vem o dinheiro da União, tem de vir destinado já com um planejamento para aquilo que realmente se destina.

    Perdão, mas nesse caso concreto a senhora concorda com a União ou com o Estado?

    Eu acho que o Estado, nesse momento, teria razão em ficar com esses valores. amos por uma pandemia, pela maior estiagem em 70 anos, então o Estado tem de ter dinheiro pra arcar com isso tudo. Mas tem de ser bem canalizado, tem de ser bem colocado, nas devidas proporções, e nós temos de perceber que o dinheiro está sendo bem usado.

    Em relação às questões de costumes, que ganharam relevância nos últimos anos, há vários projetos buscando restringir o aborto no Congresso. A senhora entende que a legislação atual está adequada, deve ser mais ou menos restritiva?

    Olha, eu venho de uma família cristã, quase fui freira, então meus princípios realmente não compactuam com o aborto, exceto aqueles casos que nós já temos previstos por lei, como quando é uma menor, quando é um estupro, aí é outra discussão. Agora, nós legalizarmos o aborto, não. Eu sou contra isso. Eu sou extremamente contra.

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