
Caxias do Sul registrou um aumento nas hospitalizações por casos respiratórios nas últimas quatro semanas. Conforme a comunicação da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), o número saltou de 291 no fim de abril para 381 na metade de maio.
A pasta afirma que o aumento é esperado para esta época do ano. Assim, o município não deve seguir neste momento a medida tomada pelo Estado. Na última segunda (19), o governo do RS anunciou o decreto da situação de emergência em saúde pública em razão do aumento de casos da síndrome respiratória aguda grave (SRAG), especialmente em crianças de até cinco anos.
Segundo a comunicação da SMS, apesar de não existir a previsão de um decreto neste momento, o cenário é monitorado pela pasta.
Número chama atenção para vacinação
O quadro de Caxias, contudo, chama atenção para um índice que está em baixa: a procura da população pela vacina contra a influenza.
Segundo a comunicação da pasta, até agora 57,2 mil doses foram aplicadas. Em relação ao público-alvo, foram vacinados 30,63% de gestantes, crianças e idosos. Eles são considerados os mais vulneráveis a contrair formas graves da doença.
A infectologista Anelise Kirsch lembra que um dos vírus causadores de doenças respiratórias mais comuns é o da influenza, e que há vacina disponível para a toda a população a partir dos seis meses de idade.
— A vacina é de vírus morto e fragmentos de vírus, portanto não pode causar a doença. O sistema imunológico precisa de duas a quatro semanas, em média, para "treinar" nossas defesas, por isso devemos nos vacinar o mais cedo possível — esclarece a médica.
Anelise reforça a importância de vacinar as crianças. Além de serem um público prioritário até os cinco anos, elas frequentam locais com grande circulação de pessoas, como escolas. Somente 17,53% dessa faixa etária foi vacinada em Caxias:
— Elas podem estar com poucos sintomas e também podem ar o vírus para pessoas mais vulneráveis, como os avós, que são pessoas que correm grande risco de internação com sintomas graves.
Além do aumento das internações, a SMS identifica uma alta na procura por atendimentos por casos de síndrome gripal. Do início de abril até o início de maio o aumento foi de 44%. Foram 551 casos atendidos entre unidades básicas de saúde (UBSs) e unidades de pronto atendimento (UPAs) no começo do mês ado contra 795, três semanas depois. Ou seja, um aumento de 244 casos.
A vacina contra a influenza segue disponível para toda a população em todas as UBSs, exceto Mariani (que está sem sala de vacinas na UBS temporária).
Casos de síndrome gripal
UPAs e UBSs
- 9 a 15 de abril: 551
- 16 a 23 de abril: 576
- 24 a 30 de abril: 675
- 1º a 7 de maio: 795
Internações hospitalares por síndrome gripal (número acumulado no ano)
- 24 a 30 de abril: 291
- 1º a 7 de maio: 327
- 8 a 14 de maio: 381