
Entidades que representam os caminhoneiros na Serra e no Vale do Caí serão consultadas a respeito da localização de um ponto de descanso a ser construído junto às rodovias concedidas. O objetivo é que os profissionais apontem a melhor área, de acordo com os deslocamentos que costumam fazer.
O espaço é uma exigência do contrato de concessão das estradas e precisa ter área mínima de 4 mil metros quadrados e contar com banheiros, chuveiro quente, estacionamento, vigilância privada e internet sem fio. O serviço não pode ser cobrado e a permanência máxima no espaço será de 12 horas.
O edital que baseou a escolha da concessionária indicava a construção em uma área entre São Vendelino e Bom Princípio, às margens da RS-122. Contudo, de acordo com o diretor-presidente da concessionária Caminhos da Serra Gaúcha (CSG), Ricardo Peres, o endereço é apenas uma indicação e pode ser alterado pela empresa.
— Estamos avaliando opções de localização. Já temos possíveis terrenos na Serra e no Vale do Caí. Poderíamos escolher, mas pretendemos deixar para um conselho dos profissionais — explica.
A construção de um ponto de descanso integra uma série de serviços que a concessionária precisa oferecer aos motoristas que trafegam pelas rodovias. Da lista de exigências, alguns já estão em operação e outros ainda precisam ser implantados. Entre os já disponíveis, por exemplo, estão as bases de atendimento ao usuário, o auxílio médico e mecânico, e um centro de controle operacional. A reforma de postos de policiamento do Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) também já foi entregue. A implantação de câmeras cobrindo toda a área de concessão e a instalação de estações meteorológicas, essa última em andamento, ainda são itens pendentes.
A previsão contratual era de que o ponto de descanso fosse entregue até o fim de janeiro de 2025, mas Peres já ite que a entrega pode atrasar. O motivo é a catástrofe climática de maio, que exigiu ações não previstas para recuperar a trafegabilidade das rodovias e ainda pode demandar novos investimentos. A CSG, inclusive, já iniciou conversas com o governo do Estado para encaminhar o reequilíbrio do contrato. O ajuste pode ocorrer por meio da extensão do prazo de contrato, atualmente em 30 anos, do adiamento na execução de obras ou do aumento de tarifa, esse último o menos cogitado. Como pode envolver o cronograma de obras, a concessionária aguarda o fim das negociações com o Estado para encaminhar os próximos investimentos, o que inclui as duplicações.
— Isso vai sofrer impacto, mas ainda não sabemos quanto — observa.
Outra medida adotada pela concessionária foi a obtenção de um empréstimo de R$ 100 milhões junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para recompor o caixa da empresa. A medida ocorre devido à suspensão das cobranças de pedágio por cerca de 40 dias, entre maio e junho, e pelos custos das obras emergenciais.