
Desde que a intensa chuva de maio levou e danificou pontes pela região, moradores da Serra têm lidado com um dilema coletivo: o deslocamento. Conforme mapeado pela reportagem, nas cidades de Bento Gonçalves, Caxias do Sul, Cotiporã, Dois Lajeados, Fagundes Varela, Nova Prata, Nova Petrópolis, Santa Tereza, São Valentim e Vista Alegre do Prata, as obras para recuperar as pontes afetadas ou totalmente levadas pela água ainda não foram iniciadas.
Todas as cidades citadas já conseguiram aporte financeiro ou e para realizar as construções. Contudo, os processos de licitação e contratação de construtoras, assim como a própria burocracia para elaborar projetos, têm tornado lenta a recuperação dos os intermunicipais.
É o caso da ponte entre Caxias do Sul e Nova Petrópolis, que desde início de maio foi danificada pelo Rio Caí. Nesse período, a estrutura foi implodida e as obras da nova ponte permanente foram iniciadas. No entanto, o projeto da ponte provisória, que deveria reestabelecer a conexão entre as cidades, não sairá mais do papel (leia mais detalhes abaixo).
Em Cotiporã, os os para Bento Gonçalves e Dois Lajeados seguem interrompidos. Na última semana, a istração confirmou a contratação de uma empresa para construir a ponte que dará o à Bento. Um grupo de empresários e entidades da região contratou a mesma empresa para reconstruir a ponte que conecta Cotiporã e Dois Lajeados. Confira os detalhes da situação da região:
Santa Tereza, na Rua Saldanha Marinho

A cidade permanece sem a ponte que conectava o centro com as localidades do interior. A prefeitura já iniciou a contratação da empresa que deverá executar as obras da nova estrutura. Ainda não há prazo para o início do projeto.
Além da ponte na Rua Saldanha Marinho, a cidade conseguiu, em junho, verba da Defesa Civil Federal para reconstruir outras três pontes – duas na Linha Nova Esperança e uma na Linha Barão de Capanema.
Relembre a situação:
- A ponte na Rua Rua Saldanha Marinho foi levada pelo arroio Marrecão em 30 de abril.
- Em maio, a prefeitura da cidade tinha cadastrado junto à Defesa Civil Nacional um projeto para a reconstrução.
Nova Prata e Fagundes Varela, na Linha Bento Gonçalves
Há cerca de dois meses e meio sem uma ligação fixa, o fluxo de veículos entre Nova Prata e Fagundes Varela segue na dependência de uma ponte provisória. A estrutura, a segunda construída pela prefeitura pratense em questão de dias, permite a agem de um veículo por vez.
Para a construção da ponte definitiva, a prefeitura já contratou uma empresa de Veranópolis, que deverá projetar a nova estrutura e executá-la. O serviço será custeado com uma verba de R$ 680 mil liberada pela Defesa Civil Nacional. Ainda não há previsão de quando as obras irão começar.
Relembre a situação:
- Em 1º de maio, a ponte que interligava as cidades foi levada pelo arroio que a entre os municípios.
- No dia 22 do mesmo mês, a prefeitura pratense inaugurou uma ponte provisória, custeada pela própria istração, no valor de R$ 35 mil. Dias depois, a água do arroio levou a estrutura.
- Uma ponte semelhante foi reconstruída no local, tendo custo aproximado de R$ 35 mil. No total, a prefeitura de Nova Prata investiu R$ 70 mil para reestabelecer o o provisório entre as cidades.
Cotiporã e Bento Gonçalves, na RS-431

Desde maio os municípios estão sem conexão terrestre. Na última semana foi anunciado que a ponte entre Cotiporã e Bento Gonçalves será construída pelo Programa de Aceleração Pontes do Sul. O projeto é realizado pela JB Engenharia, a mesma responsável pela construção da ponte de Nova Roma do Sul.
A empresa foi contratada pela prefeitura de Cotiporã em regime de dispensa de licitação. O projeto e a execução serão custeados com a verba de R$ 4,5 milhões, advinda da Defesa Civil Nacional.
Conforme o prefeito de Cotiporã, Ivelton Zardo, a empresa já entregou o projeto e começou a montagem da estrutura. Dentro de 40 dias o material será levado para Faria Lemos para a edificação. O prazo de entrega da obra é de 120 dias.
Já a campanha de arrecadação de valores para a nova ponte, realizada pela Associação Comercial, Cultural e Industrial de Veranópolis (Aciv), foi encerrada. O valor obtido está com a entidade e poderá custear gastos adicionais com a construção.
Relembre a situação:
- Em 15 de maio, parte da ponte foi levada pelo Rio das Antas.
- Em 16 de maio, a Aciv iniciou a campanha de arrecadação para custear uma nova ponte entre as cidades. A ação foi encerrada em junho, com R$ 174 mil arrecadados.
- Militares estudaram a possibilidade de instalar uma ponte móvel para interligar as cidades, o que não ocorreu.
Cotiporã e Dois Lajeados – Rota Água e Vales

A Câmara de Indústria, Comércio, Agronegócio e Serviços de Guaporé e a Associação de Caminhoneiros do Vale e da Serra, bem como empresários locais, irão custear a edificação de uma ponte provisória entre as cidades. O coletivo já assinou o contrato com o Programa de Aceleração Pontes do Sul, da JB Engenharia. O projeto está orçado em R$ 3 milhões e deverá ser entregue em 120 dias.
Ao mesmo tempo, a prefeitura de Cotiporã segue com as tratativas junto à Defesa Civil Nacional para conseguir R$ 12 milhões e construir a ponte definitiva. Segundo o prefeito Ivelton Zardo, o governo federal já empenhou R$ 4 milhões para a obra.
Na última semana, técnicos estiveram na divisa entre as cidades, avaliando o local onde ficava a ponte. A partir desse estudo, a Defesa Civil deverá determinar o valor de verba a ser liberada.
Relembre a situação:
- A ponte entre as cidades foi levada pelo Rio Carreiro ainda em setembro de 2023.
- A cidade cadastrou um projeto junto à Defesa Civil para reconstruir a estrutura.
Caxias do Sul e Nova Petrópolis, na BR-116

A conexão entre as cidades foi parcialmente reestabelecida por uma adeira metálica, instalada pelo Exército no começo desse mês. Contudo, a estrutura de metal permite apenas a agem de pedestres.
A construção da ponte definitiva entre os municípios começou na terça-feira da semana ada, dia 9 de julho. A estrutura terá 180 metros de comprimento por 13 metros de largura, sendo mais alta, mais larga e mais comprida do que a antiga. A metragem engloba também a faixa de rolamento e acostamento. A obra deverá ser finalizada até fevereiro de 2025.
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) é quem coordena a reconstrução por meio de um contrato com uma construtora.
Relembre a situação:
- Em 12 de maio, o alto nível do Rio Caí danificou um dos pilares centrais da ponte na BR-116.
- Em 27 de maio, um pilar de sustentação da ponte cedeu.
- Após um mês e meio interditada, a ponte foi implodida em 27 de junho.
- No dia 7 de julho, o Exército instalou uma ponte provisória para pedestres.
Já a construção da ponte provisória não vai mais ocorrer. Na última semana, o Dnit comunicou que a decisão se baseia em relatório que apontou a necessidade de mudanças no projeto e o aumento do tempo necessário para conclusão, que seria praticamente o mesmo da ponte definitiva, estimada para dezembro.
Entre Vista Alegre do Prata, Nova Prata e Fagundes Varela, na RS-441

Desde maio, cerca de 30% dos moradores de Vista Alegre do Prata seguem sem o ao centro da cidade. Conforme o prefeito Adair Zecca, a região se mobilizou para arrecadar valores e construir uma ponte provisória.
A estrutura deverá ser lançada neste final de semana, em um terreno a cerca de 200 metros do local onde a antiga ponte estava. As cabeceiras de ponte, custeadas pela CDL de Vista Alegre do Prata, empresários e doações da comunidade, já foram construídas. O investimento é de cerca de R$ 300 mil.
A estrutura da ponte de 30 metros foi adquirida pela prefeitura, com um investimento de R$ 300 mil. Segundo o prefeito, a escolha por esse modelo permitirá a reutilização do material no futuro, quando a estrutura definitiva for construída.
No entanto, para isso, a prefeitura depende do governo do Estado. Isso porque a ponte levada pelo Rio Não Sabia, estava na RS-441. Logo, a licitação para construir a nova estrutura está a cargo do governo estadual.
Relembre a situação:
- Em 1º de maio, a ponte entre as três cidades foi levada pelo Rio Não Sabia.
- Durante o mês, a prefeitura planejava construir uma ponte provisória.
- Moradores e entidades se mobilizaram para arrecadar valores para construir a ponte provisória.
- As obras da nova ponte foram iniciadas em 5 de julho.
- A expectativa é que a estrutura seja inaugurada até final deste mês.
Balsa entre Bento Gonçalves e São Valentim

A expectativa é que a estrutura seja completamente montada até a próxima segunda-feira (22). A nova balsa tem 24 metros de comprimento por nove metros de largura, podendo transportar até 15 veículos leves. O serviço será operado pela Lacel Construção e Apoio Naval.
A retomada da embarcação menor foi autorizada temporariamente até que o serviço possa ser reestabelecido de maneira integral. Para isso, novos módulos estão em produção. Quando prontos, serão acoplados à balsa, ampliando as dimensões e a capacidade para o transporte de veículos.
Relembre a situação:
- Em setembro do ano ado, a ponte que conectava as cidades foi levada pela enchente do Rio Taquari.
- Em fevereiro de 2024, o governo do Estado contratou uma empresa para fazer a travessia.
- Em março deste ano, o governo federal anunciou o ree de R$ 24,51 milhões para a reconstrução da estrutura.
- No mês de maio, a enchente no Rio Taquari levou a estrutura até Lajeado.
- No início de julho, a Lacel Construção e Apoio Naval anunciou o retorno das operações no final do mês.
A obra de construção da ponte na RS-431, entre Bento e São Valentim, ainda não tem previsão. O Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) lançou a licitação para a obra em 2 de maio. A abertura das propostas oferecidas pelas empresas ocorrerá no próximo dia 26. Caso não haja impedimentos, a ordem de início da obra pode ser dada ainda em agosto.