
"Um horizonte muito grande de crescimento no agronegócio no Brasil." É dessa forma que o diretor de suprimentos na Kepler Weber Industrial, empresa de armazenagem agrícola e movimentação de granéis sólidos, Robinson Breunig, define as oportunidades e possibilidades para as empresas da Serra no segmento de silos e armazenamento de grãos. Breunig faz nesta quarta-feira (28) uma palestra em Caxias do Sul sobre este tema para empresários locais. O evento começa às 8h, na sede do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul e Região (Simecs).
— A gente vê pela frente um horizonte muito grande de crescimento no agronegócio. A logística é um gargalo no país e temos essa necessidade, também, de mais equipamentos rodoviários e portuários, que vai sendo cada vez mais demandado — pontua o especialista, ao comentar como Caxias do Sul, por ser um polo nacional do setor metalmecânico, pode aproveitar estas oportunidades no fornecimento de equipamentos, por exemplo.
A palestra tratará sobre a linha de atuação e quais são as perspectivas que as empresas têm neste cenário. Para as empresas da Serra, Breunig destaca a possibilidade de agregar componentes.
— Na Kelpler Weber, compramos diversos produtos aqui da região de Caxias e agregamos os nossos produtos e nossas soluções para os nossos clientes. É uma linha que eu vejo bastante saudável é ter atuação das empresas daqui, podendo até diversificar um pouco a linha de atuação — afirma.
O encontro busca explorar possibilidades de crescimento e desenvolvimento no segmento de silos e armazenamento de grãos e esclarecer como as indústrias da Serra podem participar da cadeia de produção agrícola e atender ao segmento. Com mais de 27 anos de experiência no agronegócio e conhecimento na área de Supply Chain, termo em inglês que significa “cadeia de suprimentos", o palestrante, atualmente, comanda a área de suprimentos da Kepler Weber em âmbito nacional e internacional.
— O agronegócio, nos últimos anos, teve um crescimento muito grande. O Brasil saiu, no início da década de 2000, de uma produção de 80 milhões de toneladas para 320 milhões de toneladas no ano ado. O Brasil é conhecido como celeiro do mundo. O crescimento vem sendo agregado com várias frentes de evolução, mas a principal, no Brasil, é o crescimento da produção e da aplicação de tecnologias — contextualiza Breunig, que atua na área há 28 anos.
O que faz com que o setor se desenvolva tanto, segundo o palestrante, é o crescimento populacional do mundo. Como o Brasil é um dos maiores exportadores de grãos e de carne, o mercado do agronegócio cresce proporcionalmente.
— A população precisa ser alimentada. A demanda por mais alimentos vai crescer em taxas bastante expressivas nos próximos anos. Existe a produção de proteína, que tem um aumento de consumo por uma quantidade de pessoas que migram das classes mais vulneráveis para a classe média e demandam qualidade superior. Para a produção dessa proteína, precisamos também do crescimento da produção de grãos — explica.

Qual perfil de empresa pode investir na área?
De acordo com Breunig, os segmentos que já se inscreveram para a palestra são os mais variados, o que traz um desafio. No entanto, acrescenta que a cadeia do agronegócio é gigante, incluindo a produção de equipamentos para plantio, para colheita e outras etapas.
— Cada empresa vai ter que olhar um pouco da sua expertise. Onde tem uma atuação e pode sobrepor alguma necessidade específica. Aqui na Serra também tem bastante produção de alguns alimentos. Nos Campos de Cima da Serra tem um característica um pouco diferente, mas cada nicho deste negócio demanda uma especialidade específica. Dependendo do mercado que essas empresas estão atuando, elas vão ter que procurar as oportunidades dentro dos respectivos nichos — explica Breunig.
Desafios e oportunidades da região
De acordo com o palestrante, a cadeia produtiva não está tão concentrada no Sul. Esse é um dos motivos pelos quais a logística é um desafio. O país, como um todo, é desafiado quando se fala em transporte de grãos, principalmente porque a cadeia produtiva é muito longa.
— O Brasil se especializou na exportação desses alimentos. Muitos desses alimentos, o Brasil é o maior exportador, como milho, soja e café. Até carne bovina, suína e de frango — exemplifica.
Isso ocorreu, principalmente, pela cultura e vocação do país para a produção de alimentos. Segundo Breunig, o setor tem participação importante no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil e conta com tecnologias de ponta para a produção.
— Como a gente tem um crescimento populacional e uma migração para classe média cada vez maior, isso vai trazer muitos desafios ainda pela frente, para que se consiga atender essa necessidade de alimentos — contextualiza.
No entanto, o país tem a favor o clima, que é um diferencial do resto do mundo, já que aqui é possível fazer duas ou até três safras na mesma terra.
Serviço
- O quê: Conexão Tendências Simecs – “Oportunidades de negócio no setor de silos e armazenamento de grãos”, com a palestra Robinson Breunig, diretor de Suprimentos na Kepler Weber Industrial S/A
- Quando: 28 de fevereiro, quarta-feira, às 8h
- Onde: sede do Simecs, junto à CIC Caxias (Rua Ítalo Victor Bersani, 1.134, bairro Jardim América)
- Inscrições: site do Simecs. Sócios não pagam. Para o público em geral, o ingresso custa R$ 50.