
Lançado em dezembro de 2020 pelo arquiteto Roberto Filippini, o livro O Outro Lado da Júlio – Histórias e Memórias de uma Avenida aborda uma série de aspectos históricos e curiosos da via, destacando também vínculos de identidade com a população (casas, prédios, estabelecimentos comerciais, fábricas etc).
Pegando “carona” nessa temática, traremos a partir de hoje alguns registros do acervo do Pioneiro nos anos 1970 e 1980 – originalmente captados para ilustrar um determinado assunto, mas que hoje despertam a curiosidade de quem mora ou transita pela Júlio diariamente.
É o caso da imagem acima, de 36 anos atrás, trazendo o trecho da avenida próximo à esquina com a Rua Garibaldi. A imagem ilustrou a reportagem “Prédios da antiga Caxias cedem lugar para lojas e bancos na Avenida Júlio”, publicada na edição de 13 de maio de 1985 do Jornal de Caxias. Enfocando o aspecto econômico, a matéria destacava os grandes investimentos no ramo imobiliário e as mais recentes transações de compra e venda de imóveis – concentradas, logicamente, na Av. Júlio.
Sartori e Viero
Entre os citados na matéria figuraram o velho casarão de madeira da família Sartori, quase na esquina da Júlio com a Garibaldi (onde se instalou o Banco Bandeirantes); a casa de Oscar Viero (alugada para a loja Hermes Macedo e onde foi inaugurado posteriormente o Banespa); e a mítica Livraria Saldanha, na esquina com a Visconde de Pelotas – a única edificação histórica preservada.
Confira trechos do texto original:
“A propriedade que pertenceu à família Sartori foi comprada pela Áudio Caxias Comércio de Equipamentos Eletrônicos Ltda. A área começa no “Zipão”, ao lado do Hospital Pompéia, e vai até a Garibaldi, onde funciona um consultório e um gabinete dentário. A esquina da Júlio com a Visconde foi adquirida pelo empresário de Flores da Cunha Lourenço Castellan. Ele revelou sua visão preservacionista. ‘Vamos restaurar o prédio, fazendo o máximo possível para manter o estilo’, afirmou. Já o imóvel que pertenceu a Oscar Viero e familiares, ao lado da Livraria São Paulo – e em formato de um L até a Rua Garibaldi - foi comprado pelo Banespa, devendo ser a sede da agência desse banco em Caxias”.
A reportagem citou outros negócios envolvendo imóveis clássicos da Júlio de Castilhos entre 1984 e 1985. Entraram aí o Cine Real, vendido para as Lojas Brasileiras; o velho Mercadinho do Povo, negociado com as Lojas Marisa; e o terreno onde funcionava o antigo Baitakão, na Júlio quase esquina com a La Salle, em São Pelegrino.
Curiosidades do trecho
A imagem acima traz outras curiosidades. Primeiro: a placa da Caderneta de Poupança Fin-hab, aquela da famosa formiguinha que estampava a lateral do edifício Caixa de Fósforo, algumas quadras acima – também na Júlio.
Segundo: a então Galeria Lazzarotto, junto ao Edifício Ettore Lazzarotto, em frente ao Pompéia – endereço da lendária Malharia Trilá e onde a família produzia joias sob encomenda. E, finalmente, os veículos: Corcel I, Kombi, Fusca, at, Chevette...