
A conceitual espontaneidade dos traços
O cirurgião plástico Anderson Ricardo Ingracio, filho de Roberto Ingracio e Ceres Beatriz Temes, é formado em Medicina, desde 2001, pela Universidade de Caxias do Sul, com residência em Cirurgia Geral pelo Hospital Geral de Caxias do Sul, em Cirurgia Plástica pela Universidade Federal Fluminense e Mestre em Ciências da Saúde pela UCS. Casado com Bruna Koche com quem tem uma filha, Bia Ingracio, de seis anos, Ingracio revela ser um profissional ético que sabe istrar bem sua rotina pessoal e profissional.
O que te faz resgatar a infância? A cumplicidade em todos os momentos com meus irmãos e minha risada espontânea. Característica que segue até os dias de hoje nos momentos de descontração.
O que é o bom da vida? As boas relações humanas que cultuamos e que nos acompanham nos momentos leves ou nem tanto. Tenho o privilégio de ter conquistado boas amizades em todas as andanças da minha vida.
Ao lado de quem gostaria de ter sentado na época da escola? Ayrton Senna (1960-1994). Pela constante ascensão profissional durante toda sua carreira.
Traço marcante de sua personalidade? Perfeccionismo. Com visão aguçada aos menores e mínimos detalhes.
A melhor invenção da humanidade? A escrita. A comunicação é essencial nas relações humanas e na sua evolução.
Com que mensagem encara o mundo? Penso que todos nós usufruímos de algo maior que nos foi oferecido. A natureza, as pessoas, o ambiente em que vivemos. Acho que devemos ter a ideia de tentar deixar um legado, não necessariamente material, mas experiências que possam contribuir para a evolução do mundo. É imprescindível fazer o bem dia após dia e tratarmos todos como gostaríamos de ser tratados.
Do que precisa para ser feliz? Que o mundo a minha volta também esteja feliz. Não existe uma felicidade solitária.
Gostaria de ter sabido antes... um pouco de tudo! Mas aí perderia um pouco da graça dessa grande aventura que é viver. Adaptação ao inusitado faz parte do jogo.
O que mais respeita no ser humano? A índole. Em especial nesse momento em que os valores pessoais estão mais intensificados.
Qual a palavra mais bonita da língua portuguesa? Sutileza. Nas suas diversas aplicações.
Qual a agem mais importante da tua biografia e que título teria se fosse uma obra? Como toda grande obra, o título seria dado ao final, pois sigo escrevendo diariamente. No conteúdo certamente constaria minha formação em cirurgia plástica e o tempo, de mais de uma década, em que fui professor de Medicina, trabalhando com meus professores - a quem tanto iro e respeito - e participando da formação de novos colegas. Mas no prefácio, certamente constaria “Aos meus queridos, com muito amor...”.
Reflexão de cabeceira? Um momento diário de introspecção, um valioso ensinamento herdado da minha mãe querida, Ceres Beatriz Temes.
Se tivesse vindo ao mundo com uma bula, o que conteria nela? Equilibrado, procurando manter sempre as faculdades físicas e psíquicas em harmonia.
Um hábito que não abre mão? Os encontros gastronômicos, regados a bons vinhos, com familiares e amigos.
Qual o seu conceito de beleza? Naturalidade. Todos nós temos uma beleza conceitual. Podemos aperfeiçoar, corrigir detalhes, mas não podemos descuidar da espontaneidade dos traços.
Por que optou pela carreira médica? Por influência de meu pai, Roberto Ingracio, que é médico. Desde a infância tive contato com esse universo, e na adolescência percebi que era o caminho profissional que desejava seguir.
Quem são suas referências na área? Meu pai, Roberto Ingracio, no espírito do exercício da Medicina. E meus professores, em todos os níveis; dos quais usufruo dos ensinamentos todos os dias na minha vida profissional.
Como envelhecer com qualidade de vida? Saber mesclar ponderadamente a vida profissional e pessoal. Especificamente na área médica, cuidando preventivamente da saúde e de forma harmoniosa com a estética.
Existe uma idade ideal para procedimentos de cirurgia plástica e estética? Clinicamente depende do desenvolvimento do órgão a ser corrigido. Posteriormente, é preciso plena convicção em optar por se submeter a um procedimento cirúrgico, com consciência para saber lidar com suas repercussões.
Quais têm sido os grandes desafios da área da cirurgia plástica nos dias atuais? A beleza é atemporal. Saber separar conceitos estéticos de modismos transitórios é primordial. A cirurgia plástica objetiva corrigir as imperfeições e salientar os traços esteticamente desfavorecidos. Atualmente há uma busca desenfreada por um padrão estereotipado, que desconsidera aspectos individuais e naturais de beleza.
De que forma consegue manter um equilíbrio entre a vida profissional e pessoal? Procuro ter uma agenda que contemple atendimentos, cirurgias e meu aperfeiçoamento com estudo e cursos, mantendo períodos disponíveis para me dedicar à minha família.
Quais as maiores dificuldades ao lidar com o duelo autoestima versus procedimentos em excesso ou desnecessários? Como istra essas situações? Este é um dos grandes desafios da minha área de atuação. Costumo analisar meticulosamente cada caso. Quando considero que a intervenção não irá suprir a expectativa do paciente, exponho de forma esclarecedora os motivos e, seguindo a ética, não realizo o procedimento.
De que forma a cirurgia estética pode ajudar a minimizar as sequelas de um procedimento cirúrgico não estético? Nestes casos a cirurgia plástica é fundamental para sanar um estigma derivado de um procedimento causado por uma necessidade patológica. Nesses processos a estética vem devolver a autoestima aos pacientes.
Um defeito: às vezes deixo minha vontade de lado por ser flexível demais.
Uma qualidade: minha preocupação com o bem-estar do próximo.
O que considera essencial para sobreviver? O convívio com minha esposa, Bruna Koche e com minha filha, Bia Ingracio, que é o bem maior da minha vida.