
Arte: um mundo possível!
A galerista Gisele Paim Baggio Zampieri, filha de Roberto Baggio e Ivete Paim Baggio, é formada em Enfermagem mas foi no mundo das artes que ela se encontrou. Casada com o médico Rodrigo Zampieri com quem tem um filho, Antonio Baggio Zampieri que são suas principais fontes de inspiração. Nascida sob a égide do signo de Escorpião, esta vacariense radicada em Caxias do Sul, comanda a Galeria G.I., um espaço dedicado a arte com a função de ibilizar e emocionar com obras de destaque.
Que conexão lúdica faz com a sua infância? Creio que seja com o livro “O Pequeno Príncipe”, do autor francês Antoine de Saint-Exupéry. Sempre observava o mundo com o coração, sem preconceito e sem discriminação, procurava criar laços afetivos, adorava cativar e ser cativada. Rodeada por amigos mais velhos, que poderiam ser o “piloto”. Cuidava das pessoas e dos animais com a ternura da “rosa”. Nunca tive medo de cativar, assim como a “raposa”. Quando pequena pedi ao meu pai a Lua, e ele respondeu: “Só tem uma”, então pedi uma estrela já que há várias. Sempre olhava a capa do livro e queria ter algo da ilustração.
Ao lado de quem gostaria de ter sentado na época da escola? Minha infância foi nos anos 1980. Meu sonho era conhecer a Xuxa, a rainha dos baixinhos.
Traço marcante de sua personalidade? Lealdade. Sempre coloco lealdade e confiança acima de qualquer coisa, o que prometo, cumpro. Defendo e cuido de quem está próximo a mim, me afasto de pessoas que não tem dedicação e interesse por quem está ao lado.
A melhor invenção da humanidade? O telefone. Existe há mais de 100 anos, e nunca foi substituído. Tínhamos em casa e agora podemos levar junto. Algo que se tornou tão pessoal e indispensável, é um dos meios de comunicação mais rápidos. Ele fez parte de guerras e hoje está no nosso dia a dia, facilita o contato e tem infinitas funções. Nos aproxima de pessoas através de ligações, SMS, redes sociais e serve para fazer pesquisas, jogar, fotografar, enfim indispensável.
Com que mensagem encara o mundo? Preciso de informação e calma nas minhas decisões, procuro me afastar de influenciadores e notícias falsas.
Gostaria de ter sabido antes... como é bom ser mãe.
Frase máxima? Família é o alicerce mais importante do mundo.
O que mais respeita no ser humano? Caráter. É por meio dele que escolho com quem quero conviver.
Qual a palavra mais bonita da língua portuguesa? Felicidade.
Reflexão de cabeceira? “Cartas Extraordinárias: A correspondência inesquecível de pessoas notáveis”, do autor Shaun Usher.
Se tivesse vindo ao mundo com uma legenda ou bula, o que conteria nela? Reações adversas: riso constante, intolerância, teimosia, persistência e cuidado em excesso.
Um hábito que não abre mão? Chimarrão aos fins de tarde.
Como surgiu sua afinidade com o mundo das artes e o que a motivou a criar a Galeria I? Minha afinidade com a arte começou nas aulas de história e literatura. Sempre senti falta de espaços democráticos de arte em Caxias do Sul e região, então resolvi montar a galeria para contribuir com a cidade, artistas, além de ter prazer no que realizo.
O que considera essencial para quem pretende estudar e se especializar em arte? Tem que ter um olhar atento à tudo, pois temos arte ao nosso redor com muita facilidade, basta abrir os olhos.
Quais seus projetos para o futuro? Poder organizar exposições. Estou com viagem marcada em busca de novos artistas.
Com a situação atual do mundo, acredita que, como curadora de arte e marchand, estará mais preparada para desenvolver trabalhos voltados à coletividade? Os trabalhos voltados ao coletivo são conversas com grupos pequenos na galeria, entrevistas em canais de comunicação, além de interfaces digitais tais como Instagram.
Como funciona a seleção dos nomes para elencar o grupo de artistas em exposição? Tenho uma marchand pessoal que escolhemos através do currículo do artista bem como as obras apresentadas e necessidade dos colecionadores.
Quem são os artistas que te inspiram? Kaws, Tarsila do Amaral e o caxiense Sergio Lopes.
O que tem feito para impactar o mundo e as pessoas de maneira positiva? Quando vejo algo injusto, não fico quieta, procuro saber mais, entender os fatores, ver se posso ajudar, caso contrário, encaminho para o setor responsável.
Como interpreta a função da arte na sua vida? Imprescindível, a arte influência minha vida por meio da música, leitura, filmes, viagens, até na aproximação de amigos.
Como enxerga a cena de arte contemporânea no Brasil? Uma tendência que tem como objetivo priorizar a ideia, o conceito e a atitude acima do objeto artístico final.
De que maneira considera que o cenário atual está afetando o mercado da arte? Como todos os segmentos, seria ilusão dizer que a crise não chegou, porém muitas pessoas já entenderam que a arte é também um importante ativo que sempre irá valorizar.
Uma mensagem ao leitores: temos que incentivar as pessoas a se aproximarem deste universo das artes, estudar, visitar museus e galerias, frequentar ateliês. A arte nos aproxima do encantamento, afinidade, emoção e iração. A Galeria G.I. quer aproximar mais as pessoas, romper a barreira do medo de entrar em uma galeria, onde a arte equivocadamente é sinônimo de elite.