"Vladimir Putin ressaltou que a Rússia condena as ações de Israel, que violam a Carta das Nações Unidas e o direito internacional", declarou o Kremlin em um comunicado.
O texto destacou também que o presidente da Rússia expressou a Netanyahu "sua disposição para mediar" a fim de evitar uma escalada maior do conflito.
Ao jornal britânico The Guardian, o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, disse que o governo pediu a "todas as partes que recuem e reduzam as tensões com urgência".
— A escalada não serve a ninguém na região. A estabilidade no Oriente Médio deve ser a prioridade e estamos envolvendo os parceiros com esse fim. Agora é a hora de moderação, calma e retorno à diplomacia — falou Starmer.
O presidente da França, Emmanuel Macron, reafirmou o direito de Israel de se "proteger e garantir sua segurança". Ele também lembrou que já havia "condenado várias vezes" o programa nuclear iraniano.
"Para não colocar em risco a estabilidade de toda a região, faço um apelo às partes para exercerem a máxima contenção e busquem a desescalada", acrescentou o mandatário francês pelas redes sociais.
O chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, pediu a ambas as partes que "se abstenham de tomar medidas que possam levar a uma nova escalada e desestabilizar toda a região".
Merz também afirmou que a Alemanha está pronta a "intervir junto das partes em conflito com todos os meios diplomáticos à sua disposição".
O Japão, por sua vez, condenou "veementemente" os ataques aéreos de Israel contra o Irã.
— A paz e a estabilidade na região do Oriente Médio são extremamente importantes para o Japão, e pedimos a todas as partes envolvidas que acalmem a situação — disse o ministro das Relações Exteriores, Takeshi Iwaya, a repórteres em Tóquio.
O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou que a Europa tem um peso geopolítico reduzido por falta de capacidade militar, e lamentou que os líderes europeus não tenham sido informados previamente da ofensiva israelita.
— O problema é que a Europa precisa de mais peso militar, para poder aumentar o seu peso geopolítico. O Sr. Netanyahu comunicou ao Presidente Trump que ia atacar. Não foi para nenhum dos líderes da Europa — falou Rabelo.
Israel bombardeou diversos alvos no Irã, no que chamou de "ataques preventivos" em meio ao acirramento das tensões no Oriente Médio.
Os ataques começaram na noite de quinta-feira (12) no horário do Brasil — madrugada de sexta-feira (13) no Oriente Médio — e continuaram ao longo do dia. Foi uma grande operação contra a alta cúpula do país persa e o programa nuclear do Irã.
Israel atacou a principal instalação de enriquecimento nuclear do Irã em Natanz, atingindo um complexo subterrâneo que abrigava centrífugas.
Tel-Aviv também atacou pelo menos seis bases militares ao redor da capital, Teerã, residências em dois complexos de alta segurança para comandantes militares e vários prédios residenciais ao redor de Teerã, de acordo com informações do The New York Times.
Os ataques mataram três dos principais líderes da Guarda Revolucionária do Irã e cientistas ligados ao programa nuclear da teocracia.
O major general Mohammad Bagheri, chefe de Estado-Maior das Forças Armadas e o segundo comandante mais alto do Irã depois do líder supremo aiatolá Ali Khamenei, foi morto no bombardeio. Bagheri se destacou na Guarda Revolucionária durante a guerra Irã-Iraque e foi nomeado chefe do Estado-Maior em 2016. Este é o cargo militar mais alto do país.
O general Hossein Salami também foi morto durante a madrugada. Ele se destacou na guerra Irã-Iraque e se tornou vice-comandante militar em 2009.
Dez anos depois, ele foi anunciado como chefe da Guarda Revolucionária do Irã e desempenhou um papel fundamental na política externa do Irã. Salami havia sido sancionado pela ONU e pelos EUA por seu envolvimento nos programas nuclear e militar do Irã.
Nesta sexta, o Irã iniciou sua primeira onda de retaliação, lançando mais de 100 drones em direção a Israel, de acordo com o brigadeiro-general Effie Defrin, principal porta-voz do exército israelense.
Mais tarde, o Irã ou a lançar mísseis. Alguns desses foram interceptados pelo sistema de defesa aérea israelense. Ao menos um deles foi destruído enquanto sobrevoava a cidade sagrada de Jerusalém.
Segundo o Exército de Israel, os sistemas de defesa estavam trabalhando para interceptar a ameaça. O exército também orientou a população a entrar nas áreas protegidas e permanecer lá até novo aviso.
Os Estados Unidos anunciaram o envio de navios de guerra e outros recursos militares americanos no Oriente Médio para ajudar a proteger Israel da retaliação iraniana.
O contratorpedeiro USS Thomas Hudner recebeu ordens para se deslocar para a costa oriental do Mediterrâneo, e um segundo contratorpedeiro deverá segui-lo. A Força Aérea também enviará mais caças para a região.