- O paciente fica com vontade de dormir muitas horas por noite e o sono bate durante o dia também - descreve o psiquiatra Acioly Lacerda, da Associação Brasileira de Psiquiatria.

Outro indício da depressão sazonal é o aumento de apetite, principalmente por alimentos ricos em carboidratos. O corpo fica faminto por comidas bastante calóricas porque gasta mais energia para funcionar nos dias frios. Essa mudança toda acontece por conta da liberação excessiva do hormônio melatonina, responsável por induzir o organismo ao período noturno. A pessoa também apresenta sintomas típicos da depressão comum: tristeza persistente, falta de ânimo e problemas de concentração.

- Mas não se trata de uma depressão grave e não é comum haver uma tendência suicida. - diz Lacerda.

Segundo o psiquiatra, a pessoa tem de ter predisposição genética e biológica para desenvolver a doença. Ele explica ainda que nos países de alta latitude - como Inglaterra, Irlanda, Suécia e Noruega - a maioria da população sofre ainda de outro mal, a chamada síndrome anérgica de inverno, que se caracteriza pelo aumento da fadiga e da indisposição.

As diferenças

Os sinais da depressão sazonal são basicamente os mesmos da depressão tradicional: desânimo, dificuldade de memória e concentração, pessimismo. A diferença é que a depressão sazonal provoca aumento de apetite, ao contrário da clássica.

Outra característica típica do distúrbio de inverno é o excesso de sono, enquanto que a doença clássica, geralmente, provoca insônia.

Hormônio do bem-estar

Além disso, os dias cinzentos atrapalham a produção da serotonina, um hormônio ligado à sensação de saciedade e bem-estar.

- A luz solar é muito importante para a ativação da vitamina D, um dos nutrientes que auxiliam a produção dessa substância - afirma a nutricionista Joana Lucyk.

Essa vitamina é encontrada em leite e derivados, frutas e vegetais. O magnésio presente nos vegetais verde-escuros, e o triptofano, na banana e nas nozes, por exemplo, também ativam a serotonina. Uma vitamina com leite integral, cacau em pó, nozes e banana ajuda na produção desse hormônio.

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