
Alice Wegmann teve o ano mais movimentado da carreira em 2023. Gravou no Rio, em São Paulo, em Goiânia, em Brasília e em cidades de Irlanda do Norte, Uruguai e Argentina. Foram cinco projetos diferentes que estão dando frutos agora: 2024 é o ano da colheita.
A atriz de 29 anos — 17 de carreira — estrelou as séries do Globoplay Justiça 2, lançada em abril, e a segunda temporada de Rensga Hits, em setembro, sendo que a terceira parte da série sertaneja já está gravada e chegará ao streaming no ano que vem. No cinema, brilhou em A Vilã das Nove, longa de Teo Poppovic que chegou aos cinemas em outubro.
Agora, Alice é só expectativa pelo lançamento de uma minissérie que tem tudo para mexer com as emoções de uma nação: Senna, produção da Netflix que conta a trajetória da lenda brasileira da Fórmula 1, foi disponibilizada nesta sexta-feira (29).
Foi o ano mais intenso da minha vida. A dificuldade foi não deixar entrar no automático e conseguir realizar cada coisa no seu devido lugar
ALICE WEGMANN
Atriz
Interpretar o primeiro amor de Ayrton Senna, Lílian de Vasconcellos, foi a missão de Alice na minissérie. Ela explica que, para evitar ser invasiva, optou por não buscar contato com a mulher, mas teve o a entrevistas e cartas que eles trocaram para compor a personagem. Após a produção ir ao ar, a atriz revelou que adoraria se encontrar com Lílian e ouvir dela a história.
— Acredito que a série possa trazer um sentimento de nacionalismo para o Brasil. Ficamos carentes de heróis durante muito tempo. É sobre a gente pensar no quão importante foi esse querer que o mundo reverbere essa história. Mas este ano tivemos um retorno maravilhoso dessas figuras heroicas com a Rebeca Andrade e as demais meninas da ginástica artística — reconhece a atriz, que foi ginasta mirim e quase se profissionalizou no esporte.
Mostrando que esse é um grande momento da carreira, Alice também estará em outro tesouro brasileiro em 2025: está confirmada no papel de Solange Duprat no remake de uma das novelas mais amadas do país, Vale Tudo, que será exibida na faixa das 21h na Globo. Questionada sobre a responsabilidade, ela responde:
— Bate mais uma animação do que um desespero, sabe? Hoje em dia encaro os desafios muito mais como algo prazeroso do que algo que vai me tirar do sério. Isso é porque hoje sei qual é o meu lugar no mundo. É uma responsabilidade, mas ao mesmo tempo é um privilégio tão grande que só tenho que agradecer, ser feliz e surfar essa onda. Porque senão é ficar enxergando só a parte difícil.
Em entrevista à Donna por videochamada, Alice relembra os desafios de ser uma menina que cresceu diante do público na TV, o amor pelo cinema brasileiro e a maturidade emocional que o começo precoce da carreira lhe proporcionou.
Você se envolveu em muitos projetos de uma só vez. Como compartimentalizar?
É sabendo que me propus a isso. Me coloquei disponível, era um ano em que estava muito disposta a trabalhar, falei “Cara, quero fazer todos esses projetos e sei que para isso não vou ter folga durante esse período, mas no ano que vem vou tirar um tempo para descansar”.
E neste ano, com menos personagens e mais Alice, o que tem feito por você?
Curto fazer revolução solar, que é ver qual é o signo que vai reger cada ano seu, com base no seu aniversário. Este é o meu ano regido por sagitário, que remete muito a conhecer o mundo, se jogar, e tem sido realmente assim. Consegui fazer viagens, fiquei um mês no Japão, que sonhava em conhecer, e fui para Portugal. Tirei um tempo para desfrutar, mas trabalhando também porque esses lançamentos demandam.
Quem é você quando não está no set?
Gosto de ir à cachoeira, à praia, sou uma pessoa que vive a natureza do Rio de Janeiro e se conecta espiritualmente desta forma. Às vezes, se vou começar a filmar às 11h da manhã, saio para fazer uma trilha bem de manhãzinha. Ir na cachoeira, voltar, tomar um café e ir para o trabalho. Isso para mim é qualidade de vida.
Estamos com a mesma idade, 29 anos. Está com algum medo dos 30?
Tem uma frase que sempre digo, da Beatriz Nogueira, que diz “Pensar que melhoro com o ar dos anos faz o futuro parecer simpático”. A gente vai melhorando junto com as turbulências. Sinto que estou caminhando para ser uma pessoa melhor em todos os sentidos, então não tenho medo dos 30.
Você foi uma atleta federada de ginástica artística dos três aos 11 anos. Como foi esse período?
Cheguei a competir em um campeonato brasileiro e pensava em me profissionalizar. Mas entendi que já não fazia mais sentido. Estava na pré-adolescência, tinha que estudar e o meu corpo estava danificado pelos impactos. Quando parei, entrei para o teatro e, com 11 anos, comecei a trabalhar profissionalmente, porque a diretora Susana Garcia me chamou para fazer uma peça que ficou dois anos em cartaz e me amadrinhou.
Você começou na TV aos 15 anos. Foi difícil seguir essa carreira na adolescência">Disputa pela coroa