ENTREVISTA: Ingrid Guimarães

Filmes estrelados por ti, por Paulo Gustavo e Mônica Martelli costumam liderar as bilheterias no Brasil. Qual sua avaliação sobre a produção cinematográfica nacional? 
A gente está em uma batalha. Não é nós contra nós mesmos. A luta é fugir dos super-heróis, dos filmes da Disney, dos desenhos. Não podemos deixar o cinema nacional virar cinema americano. O De Pernas pro Ar 3 está sendo lançado entre Shazam! e Os Vingadores, são duas semanas de espaço. Temos poucas chances de datas para programar um filme brasileiro, os super-heróis invadiram o mundo. Então, se a gente não se ajudar e apoiar, o cinema brasileiro acaba. Em termos de produção, estamos congelados. O Brasil é dividido entre o autoral e o blockbuster. Muita gente faz filme e tem pouco espaço para lançar. Ficamos fugindo das férias, do outro filme… falta data. É importante que tenha essa cota (política, que determina a proporção de filmes nacionais a ser exibida em cada sala durante o ano), para que o cinema nacional continue existindo como indústria.

Você apresentou recentemente a série documental Viver do Riso, projeto seu exibido pela Globo. Como foi o processo de criação e qual foi a sua preocupação em retratar a história do humor no Brasil?
Eu cheguei aos 45 anos e pensava em como envelheceria nesta profissão. Tinha essa chateação, de como a comédia era tratada, essa visão de primo pobre da interpretação. A crítica é desrespeitosa com ela, a comédia deveria ser mais bem tratada. Cansei de ser indicada a prêmios, ir até a cerimônia e o público ficar me olhando com aquela cara de café com leite, esperando alguma coisa engraçada (risos). Faltava uma série para mostrar o quão difícil foi a mulher conquistar seu espaço no humor – é o meu episódio preferido – e como em tão pouco tempo conseguimos o protagonismo. A série tem essa preocupação de que a minha filha, por exemplo, saiba, daqui a 10, 15 anos, quem foi Chico Anysio e entenda esse gênero a poucos cliques na internet. Por isso, estou muito realizada com a divulgação dele na Globo e em outras plataformas.

Quais são os seus próximos projetos? 
Estou no elenco da próxima novela das sete, Bom Sucesso, em que faço o papel de uma atriz famosa. Ela fala o que pensa, é uma verdadeira diva. Em agosto, estreia o meu programa Tem Wi-Fi?, no GNT, que fala sobre redes sociais e o tamanho que elas tomaram, para o bem e o mal. São oito episódios em que entrevisto grupos de WhatsApp, anônimos que viralizaram e até artistas que se fizeram pela web, como Luísa Sonza e Kéfera. Discutimos também a parte política das redes, pessoas que foram negativamente afetadas pela internet, e até as fake news estão na pauta. 

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