
A sexta-feira (30) é marcada por série de protestos que bloqueia rodovias gaúchas. As manifestações são de produtores rurais que cobram por alternativas para o endividamento, causado por estiagens que tiveram início em 2018 (entenda melhor abaixo).
Estão previstas intervenções em diferentes regiões do Estado ao longo de todo o dia. Não há relação de quantos e quais pontos serão contemplados pelo movimento.
Às 9h30min havia registro de interdições na RS-287, em pontos entre o Vale do Rio Pardo e a Região Central.
Já por volta das 18h20min desta sexta, a RS-287 havia sido liberada de Novo Cabrais, Vera Cruz e Candelária. Segundo a concessionária Rota de Santa Maria, que istra a rodovia, os pontos afetados às 17h20min são:
- Venâncio Aires, km 80
- Santa Maria, km 223
Em todos os casos os bloqueios são momentâneos, com negociação constante entre manifestantes e autoridades rodoviárias. Em Venâncio Aires, por exemplo, os agricultores bloqueiam a rodovia a cada 10 minutos. Durante a interdição, o trânsito chega a cerca de 5 quilômetros de congestionamento.
Há relatos de bloqueios também na BR-290, em São Gabriel e Alegrete, na BR-293, em Hulha Negra, e na BR-392, em São Sepé.
A orientação é que os motoristas se programem para sair mais cedo, ou evitem trafegarem pelas rodovias. Possíveis rotas alternativas também poderão ser afetadas.
Rodovias com bloqueio
Até as 18h20min, conforme a Polícia Rodoviária Federal, havia interrupções nas seguintes rodovias federais:
- BR-116, Nova Petrópolis, km 181
- BR-116, Picada Café, km 190
- BR-153, Cachoeira do Sul, km 412
- BR-158, Itaara, km 315
- BR-287, São Vicente do Sul, km 312,4
- BR-290, Pantano Grande, km 210
- BR-293, Piratini, km 68,3
- BR-386, Estrela, km 350
- BR-470, Bento Gonçalves, km 200
- BR-471, Rio Pardo, km 175
As reivindicações
Os produtores rurais reivindicam alternativas para o endividamento, agravado pelos impactos climáticos nas últimas safras, em especial nos períodos de estiagem e enchente.
Desde 2018, o Estado ou por cinco secas e duas enchentes, a maior delas em 2024, atingindo 90% do território gaúcho.
Os pedidos:
- Prorrogação e renegociação de dívidas: o pedido inicialmente encaminhado pela Federação dos Trabalhadores da Agricultura do RS (Fetag-RS), em fevereiro, previa a prorrogação de todos os vencimentos por quatro meses e uma posterior negociação no prazo de 12 anos. O pedido foi visto como inviável pelo governo. Agora, a sinalização permitiu que o produtor com operações de custeio pelo Pronaf prorrogue em três anos a dívida.
- Securitização: o pedido inicial, já rejeitado pelo governo federal por falta de caixa, pleiteava o prazo de 20 anos para os pagamentos em aberto, considerando todas as dívidas de custeio, de investimento e de cooperativas e cerealistas. Propostas referentes ao projeto seguem em negociação, como o PL de conversão das dívidas em títulos do Tesouro (leia abaixo).