Utilizando um microtomógrafo – aparelho semelhante a um tomógrafo, porém com maior acurácia de resolução–, os pesquisadores conseguiram reconstruir virtualmente a ossada em modelos 3D e descobriram informações importantes, como, por exemplo, que o animal tinha um crânio com comprimento inferior a 10 centímetros.
— Esse material é interessante porque ele é um dos dinossauros mais antigos do mundo e temos pouco material de crânio desses animais. O Saturnalia faz parte do grupo de dinossauros grandes com pescoço longo, os sauropodomorfos. Essa ossada nos permite mapear como foi a evolução desse grupo — explica o paleontólogo Rodrigo Temp Müller, do Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da Quarta Colônia (CAPPA) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), que participou do estudo.
A pesquisa revelou que o dinossauro gaúcho foi o mais antigo entre os sauropodomorfos a ter uma redução do crânio.
— A diminuição é uma característica que vai surgir nesse grupo, mas em forma mais avançada — conclui Müller.
Publicada na última sexta-feira (6) no periódico PLOS One, o estudo foi liderado pelo pós-doutorando Mario Bronzati Filho, do Departamento de Biologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, com participação do professor da mesma instituição Max C. Langer, e do paleontólogo da UFSM, Rodrigo Temp Müller.