Crislaine Subtil Elisio, 32 anos, tinha dois filhos, um menino de 14 anos e uma menina de quatro. Jacira Terezinha de Souza / Arquivo pessoal
Crislaine Subtil Elisio, 32 anos, foi morta a facadas na madrugada do dia 4 de julho, em Caxias do Sul. Ela foi encontrada perto da entrada da residência. Mãe de dois filhos, um menino de 14 anos e uma menina de quatro, ela é lembrada por amigos como uma pessoa sorridente e que buscava ver o melhor do mundo.
O assassinato é investigado como feminicídio, de acordo com a última atualização obtida junto à Delegacia de Atendimento à Mulher da Polícia Civil da cidade, ainda em julho. O principal suspeito do crime é o companheiro de Crislaine, Leonardo Berch dos Santos, 33 anos.
O homem foi encontrado morto em 5 de julho, após ficar desaparecido desde o crime.
O corpo da jovem Brenda dos Santos Baptista, 20 anos, que estava desaparecida desde 29 de junho, foi encontrado por volta de 17h do dia 6 de julho, na Estrada João de Oliveira Remião, na parada 23 da Lomba do Pinheiro, zona leste da Capital. A Brigada Militar foi acionada por uma ligação anônima e foi até o local.
Nascida e criada no Partenon, a jovem dizia que estava grávida e, segundo a investigação da polícia, o suspeito de assassiná-la seria o pai do bebê. A Polícia Civil prendeu em 17 de julho um homem de 20 anos apontado como suspeito do feminicídio de Brenda.
A motivação para o crime ainda é investigada, mas a principal hipótese apurada pela polícia tem relação com o fato de que a jovem havia dito que estava grávida do suspeito, o que teria lhe deixado insatisfeito.
O tio materno de Brenda, o alpinista Gerson Dos Santos Leite Júnior, 33, conta que ela e a mãe eram melhores amigas. Uma das atividades preferidas da sobrinha, inclusive, era ear com a mãe no shopping. Estudante de ciências mortuárias, ela sonhava em trabalhar como perita.
Sirlei Sieleski Canabarro, 45 anos, foi encontrada morta por volta das 18h do dia 11 de julho, em Sertão, no norte gaúcho. A Brigada Militar foi acionada por vizinhos, que escutaram disparos de arma de fogo.
O principal suspeito é Fernando Santos Canabarro, marido da vítima. Ele foi localizado na manhã seguinte ao crime, dia 12 de julho, sem vida e dentro de um carro. O corpo estava ao lado de uma espingarda.
Segundo a Polícia Civil, as evidências apontam para a possibilidade de Canabarro ter cometido suicídio depois de ass Sirlei a tiros.
A vítima era considerada uma mulher batalhadora que valorizava os momentos junto da família. Natural de Estação, ela morava em Sertão havia 17 anos, onde trabalhava como empregada doméstica. Familiares relataram que ela também costumava frequentar a igreja. Ela deixou três filhos.
Na manhã de 16 de julho, a morte de Jordana Prass Hagemann, 33 anos, comoveu a comunidade de Fortaleza dos Valos, município de 4,4 mil habitantes no noroeste gaúcho.
Segundo a polícia, Evandro Henrique de Campos, 52 anos, entrou na casa de Jordana por volta das 9h e a atingiu com disparos de arma de fogo. Na sequência, o homem tirou a própria vida.
Jordana tinha medida protetiva vigente contra Evandro desde março. Em junho, Campos descumpriu a medida ao ameaçar a ex-companheira de morte pelo celular. Por isso, a Polícia Civil pediu pela prisão preventiva, mas a decisão judicial ainda não havia saído quando o crime aconteceu.
As investigações apontam que Jordana foi morta com um tiro na cozinha de casa. A arma usada no crime foi encontrada carregada. O ex-casal tinha dois filhos, que não estavam no momento da ação.
Jordana era considerada pelos parentes como uma mulher trabalhadora, destemida e envolvida com as causas dos trabalhadores rurais e das mulheres.
O Corpo de Bombeiros de o Fundo encontrou, na noite de 23 de julho, o corpo de uma mulher carbonizado dentro de uma casa que pegou fogo no bairro Vera Cruz, no município do norte do RS.
O corpo estava no quarto. A vítima não foi identificada, mas conforme a Polícia Civil, tinha histórico de morar na rua e, havia três meses, dividia a residência com um homem.
O homem foi preso em flagrante por suspeita de feminicídio após ser localizado há poucos quarteirões da casa. Aos policiais, negou ter incendiado a residência. Ele teve 18% do corpo queimado, nas costas e nos braços.
A reportagem de Zero Hora buscou informações sobre o caso acontecido em Porto Alegre no dia 27 de julho, mas não obteve retorno da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher da Capital.
O argumento é de que profissionais da Polícia Civil adotaram medidas contrárias aos reajustes salariais propostos pelo governador Eduardo Leite, o que inclui não ar informações à imprensa.
Alegre e cheia de sonhos. É desta forma que amigos de Fernanda Nunes da Silva, 34 anos, a descrevem. A pedagoga, que também era dona de uma padaria em São Leopoldo, foi morta dentro de casa, na cidade do Vale do Sinos, na madrugada de domingo (18). Ela deixa duas filhas.
O crime foi informado a autoridades pelo próprio marido de Fernanda, que se dirigiu até o posto da Polícia Rodoviária Federal, em Porto Alegre, e confessou o crime. Aos policiais, disse que havia esganado a mulher e indicou o endereço da casa. O casal se relacionou por cerca de duas décadas.
A Brigada Militar foi acionada pela PRF e, no local, encontrou Fernanda sem vida. O homem foi preso em flagrante e encaminhado à Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher de São Leopoldo.
A Polícia Civil informou que Fernanda não tinha nenhuma ocorrência registrada na Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher de São Leopoldo, tampouco medidas protetivas.
Uma jovem de 23 anos foi morta a tiros pelo ex-companheiro na manhã desta quarta-feira (21) em Encruzilhada do Sul, no Vale do Rio Pardo. Segundo a Polícia Civil, a funcionária istrativa da Secretaria da Saúde do município Paola Dornelles da Silveira estava indo para o trabalho quando foi abordada por Tulio Alves Silveira, 28 anos.
De acordo com a polícia, ele disparou duas vezes contra Paola na Rua Marechal Rondon, bairro Vila Xavier. A vítima morreu na hora. O homem tirou a própria vida no mesmo local.
As autoridades informam que o casal se separou recentemente, após relacionamento de 12 anos, sendo nove morando juntos. O homem teria ado a perseguir a ex-companheira e chegou a ser preso. No entanto, foi solto após audiência de custódia. O Tribunal de Justiça do RS enviou nota, na qual afirma que "o delegado e o Ministério Público não formularam qualquer pedido para a manutenção da prisão".
Após o fato, a Justiça concedeu medida protetiva contra ele.
Uma mulher foi morta a tiros na noite de quarta-feira (21) em São Leopoldo, no Vale do Sinos. A reportagem apurou que se trata de Cleonice de Fátima Pacheco dos Santos, 48 anos.
O caso foi registrado por volta das 23h, no bairro Feitoria. Segundo a Brigada Militar, os tiros atingiram o rosto da mulher, que chegou a ser socorrida pelo Samu e encaminhada ao Hospital Centenário, mas não sobreviveu.
De acordo com a Polícia Civil, o suspeito é o companheiro da vítima, que não aceitaria o fim do relacionamento. Ele fugiu do local e não foi localizado até publicação desta reportagem. O nome do suspeito não foi divulgado.
*Outros casos de assassinatos de mulheres foram registrados no Estado neste período, mas em contextos diversos do feminicídio.
A Segurança Pública busca estratégias para reduzir esse indicador, que é um desafio pela natureza do crime. Além do acompanhamento contínuo dos indicadores, o Estado conta com o Projeto de Monitoramento do Agressor, a estratégia mais recente para que a mulher que foi vítima de um crime envolvendo a Lei Maria da Penha denuncie o agressor. Até novembro, a expectativa do Estado é habilitar todas as regiões do RS para receber o projeto. Para ajudar as forças de segurança, qualquer cidadão pode buscar o disque denúncia, no 181, para denunciar casos criminais, e o 190 para qualquer situação emergencial.
De parte da Segurança Pública, buscamos sempre sensibilizar o Poder Judiciário dentro das medidas de proteção das mulheres para que os agressores que representem risco às vítimas sejam mantidos presos, fazendo com que a agressão não evolua para um feminicídio.