Sheron foi morta por volta de 14h30min, horário em que muitas pessoas caminhavam pela via, cujo trânsito estava fechado para veículos. Ela estava na Beira-Rio (veja quadro abaixo) quando um homem teria se aproximado e disparado quatro vezes contra ela. Depois, o criminoso fugiu.
Leia mais
Rio Grande do Sul tem oito ataques a banco em quatro dias
Caso Nicolle: da gravação de clipe funk a pistas no Facebook, veja o histórico
Vítimas reconhecem suspeito de matar jovem em assalto no bairro Rubem Berta
Ainda no domingo, surgiu a suspeita de que Sheron teria impedido um roubo de carro durante a manhã e que, por vingança, os ladrões teriam a matado à tarde.
– Existe essa informação, mas ainda não tivemos condições de confirmá-la, pois, devido ao velório, não nos foi possível tomar depoimentos hoje (segunda). Esperamos para amanhã (terça) uma testemunha – disse a delegada Roberta Bertoldo, da 2ª DHPP.
Sheron, de acordo com um familiar que pediu para não ser identificado, sobrevivia com funções informais, como a de guardadora de carros. No ano ado, chegou a ser presa por suspeita de assaltar uma residência, em Guaíba. Porém, pessoas próximas afirmam que ela, depois de agem pela cadeia, não voltou a se envolver em crimes. Sheron tinha namorada e, nas redes sociais, usava o nome social de Cauã.
Os tiros disparados contra Sheron assustaram os frequentadores daquele ponto da Orla do Guaíba. Ainda no domingo, em conversa com a reportagem, um taxista de 50 anos, que, de folga, pedalava pelo local, relacionou a ousadia do autor da execução à falta de policiamento. O comandante do 9º Batalhão de Polícia Militar, coronel Eduardo Amorim, contesta:
– Havia dois policiais militares próximos dali. Tanto que foram os primeiros a chegar – defendeu.
Conforme o oficial, nos levantamentos feitos pela BM, não há ocorrências que incluam a área.
– Temos intensificado abordagens, com base em informações da comunidade, principalmente em uma praça nas proximidades da Usina do Gasômetro – afirma.
Criminosos indiferentes ao movimento
A execução de Sheron soma-se a outros crimes ocorridos desde o ano ado, em locais movimentados e em plena luz do dia: em 29 de março de 2016, Everton Cunha Gonçalves, 25 anos, foi morto em um quarto do Hospital Cristo Redentor. Em 9 de setembro, Marlon Roldão Soares, 18 anos, foi executado com 17 tiros no Terminal 2 do Salgado Filho.
Em 20 de outubro, à tarde, o empresário Marcelo de Oliveira Dias, 44 anos, foi assassinado a tiros na frente da filha, no estacionamento de um supermercado, na zona sul da Capital, ao ter o carro confundido com o de um traficante.
No dia 8 de novembro, em um horário de pico de movimento, por volta das 7h, Bruno Dornelles Ribeiro, 24 anos, foi morto a tiros na Rua da Conceição, ao lado da Estação Rodoviária de Porto Alegre. Os tiros provocaram pânico e correria. Uma mulher foi ferida por uma bala perdida.