Algumas Graphics MSP têm pautas. Na verdade, uma ideia de tema que proponho aos autores e eles desenvolvem. Foi assim com Penadinho: Vida (reencarnação da Alminha), Mônica: Força (pais dela em vias de se separar) e Jeremias: Pele (racismo na infância). Penso que isso não deve acontecer sempre, mas pontualmente. Na maioria das vezes, o que peço aos autores é mais amplo: quero uma aventura, algo mais emocional etc. E o desenvolvimento é deles. Claro, com muita troca de ideias até que o roteiro esteja fechado.
Vocês recebem algum tipo de retorno de crianças ou famílias às quais as histórias em quadrinhos foram bastante úteis?
Com certeza. Todas as Graphics MSP geram esse tipo de retorno. Porque os autores tocam em pontos que certamente geram identificação com o público. E isso independe do gênero da história. Mas, nesse sentido, Jeremias, sem dúvida, é a que mais nos fez ouvir dos leitores sobre a importância que essa história adquiriu desde que foi lançada. Muitos professores aram a usá-la em sala de aula, mesmo sem ser um material didático. Isso mostra bem a relevância da obra.
Existem temas vetados? Assuntos como gênero, vício em tecnologia e obesidade infantil podem ser tratados?
Há temas que não serão abordados por razões óbvias, como erotismo ou violência gratuita, porque não fazem parte do escopo dos personagens do Mauricio. Astronauta, Piteco, Papa-Capim, Turma da Mata e Capitão Feio trazem cenas de lutas. Mas não precisam ter cenas com sangue se espalhando pelas páginas e tripas voando, entende? Outro exemplo: Thuga termina grávida do Piteco em Ingá. O Shiko (autor da HQ) não precisava mostrar os dois durante o ato sexual para informar isso. Temas que conversem com a sociedade de hoje certamente estão na nossa mira.
Pode adiantar alguns dos próximos temas?
O que posso dizer é que a Graphic MSP da Tina, assinada pela Fefê Torquato, vai ter uma importância e tanto para as mulheres (a personagem adolescente da Turma da Mônica estreia em setembro na coleção). E só, para não dar spoilers. As outras duas do ano, Piteco, agora com Eduardo Ferigato, e a segunda do Capitão Feio, com os gêmeos Magno e Marcelo Costa, terão uma pegada mais aventureira.