• Copraxia: tiques motores com repetição excessiva de gestos/movimentos
  • Ecolalia: uso involuntário de palavras
  • Copralia: repetição de frases de xingamentos e gestos obscenos
  • — Tem uma situação chamada coprolalia, em que os pacientes vão dizer palavrões, dizer nomes. Há filmes que usam isso como uma coisa meio estereotipada, mas isso aí não é uma situação comum, é muito raro. Tem formas mais intensas que causam muito constrangimento nas relações sociais, nas relações interpessoais e profissionais — conta Rieder ao salientar que a condição não tem relação com o sistema nervoso, mas sim com a química cerebral.

    Diagnóstico

    Não há um exame específico realizado para identificar a síndrome de Tourette. O diagnóstico é totalmente clínico, a partir da análise e observação dos sintomas por um especialista.

    Rieder destaca que os tiques motores são comuns durante a infância, especialmente na faixa etária entre seis e nove anos. Estas manifestações fazem parte do processo de maturação cerebral, então são classificadas como tiques motores simples e benignos, com tendência de desaparecer durante a fase adulta, explica o neurologista.

    Se começa a intensificar, se ficar mais grave, aí deve ser reavaliado. É importante sempre salientar que são, na maior parte, benignos que não vão evoluir. Mas alguns podem aumentar e se tornar mais generalizados, múltiplos. Não tem fatores que a gente possa prever se vai evoluir ou não.

    Tratamento

    Apesar de não haver cura para a síndrome de Tourette, é possível controlar o distúrbio a partir de istração de medicamentos e terapia cognitivo-comportamental. Em alguns casos, devido as situações de estresse e constrangimento, é necessário um acompanhamento psicológico também.

    Neste panorama, Rieder destaca que é necessário educar sobre a doença para evitar casos de bullying, especialmente entre crianças na escola, sendo este o primeiro o do tratamento. A utilização de medicamentos varia com a gravidade de cada caso, com diagnósticos em que é possível controlar os tiques motores a partir de terapia cognitivo-comportamental – método que trabalha a reconstrução de emoções a partir de sentimentos do paciente.

    Para controlar diretamente o distúrbio, em casos mais intensos, indica-se o uso de medicamentos neurolépticos ou antipsicóticos – que bloqueiam a ação da dopamina no cérebro. Outro método em casos graves é o implante de eletrodos colocados em regiões estratégias do cérebro, mas com necessidade de realização de uma neurocirurgia.

    — Com o eletrodo é possível modular o cérebro para corrigir o excesso ou falta de dopamina. É um núcleo que vai atuar inibindo o excesso dessa atividade dopaminérgica. Mas são os casos raros de estimulação cerebral profunda — explica o neurologista.

    Rieder reafirma que os tratamentos apresentam boa eficácia e a síndrome de Tourette, unicamente, não é fatal. Conforme o neurologista, os raros casos de lesões atrelados ao distúrbio são decorrentes de ferimentos causados por tiques motores descontrolados e intensos, não propriamente pelo efeito do Tourette na bioquímica cerebral.

    *Produção: Lucas de Oliveira

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