"É importante que uns tentem ajudar os outros. Vivemos tempos que requerem solidariedade. Solidariedade é o contrário do neoliberalismo que há anos e anos buscam nos impor. Tudo o que aprendemos sobre Estado mínimo estava errado. Imaginar o amanhã é o desafio que a por aprender já o quão decisivo são a educação pública a saúde pública, com o fantástico SUS que os últimos governos vêm atacando ao minguar as verbas. A hora não é de fanatismo político ou religioso, a hora é dos cientistas desenvolverem novas vacinas, e a hora é dos artistas que precisam inventar como chegar aos seus públicos pelas redes sociais. A hora é de a civilização crescer, amadurecer e mobilizar suas forças de integração, ao contrário dos últimos anos, nos quais Trump e outros líderes fizeram guerra. O vírus, hoje, adoece, às vezes mata, gera tristeza, mas novos caminhos serão criados como foram no ado. De algo estou seguro: os mais ricos, os ricos e os letrados ou não têm de aprender mais sobre a importância da solidariedade. É tempo de aprender que o futuro da humanidade a pela solidariedade e não por acumular milhões e bilhões como o triste Tio Patinhas."
Abrão Slavutzky, psicanalista
"Uma coisa é uma sociedade que gostaria que emergisse: mais solidária, mais consciente da sua responsabilidade com o coletivo, que desse mais valor a investimentos de longo prazo, como atenção a saneamento, saúde básica e educação, em vez de deixar-se guiar pela montanha-russa dos mercados financeiros. Tenho minhas dúvidas de que isso mude por essa crise que, embora de dimensões globais, ao que tudo indica deve ar em questão de meses. Talvez saiamos dela como uma sociedade que lava mais as mãos, usa mais álcool gel, beija menos e evita aglomerações _ ao menos por um tempo. Não sei se as marcas dessa crise serão profundas o suficiente para haver mudanças radicais; desejo que sim, desconfio que não. Tem circulado na internet um vídeo de cinco anos atrás no qual, após a crise do Ebola – mais letal, mas menos contagioso –, Bill Gates alertava para os perigos de uma outra epidemia viral e desenhava estratégias relativamente simples, mas importantes de serem adotadas pelos governos. Não aconteceu."
Paulo Gleich, psicanalista