Crianças em casa: 10 atividades para fazer com os pequenos na quarentena
Outra possibilidade seria adotar uma estratégia "liga e desliga", ou seja, afrouxar ou ampliar o confinamento com base em algum tipo de gatilho como o número de internações por semana. Mas seria fundamental, segundo Silva, seguir uma medida adotada em outros países que não impam regras tão rígidas de quarentena, como a Coreia: testar uma amostra significativa da população para avaliar o nível de contaminação e prevenir que eventuais doentes sem sintomas entrem em contato com pessoas suscetíveis.
Schwarzbold diz que o ideal seria testar de 10% a 20% das pessoas para verificar quando haverá uma imunidade social mínima antes de flexibilizar o distanciamento social. O Ministério da Saúde anunciou a compra de 22,9 milhões de testes, e um grupo de bancos prometeu doar outros 5 milhões. Outro fator a ser considerado, conforme o dirigente da SBI, é o clima. Ele alerta que, no próximo mês, a temperatura — com padrão semelhante a algumas regiões da Europa no inverno — deve entrar em declínio no Estado, o que favorece infecções.
— Quando tivermos uma testagem mais maciça, ficaria mais seguro diminuir as restrições — sustenta Schwarzbold.
O que prevê
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Onde foi utilizado
O que prevê
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Isolamento intermitente
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A estratégia de fazer um isolamento "cirúrgico" é boa na teoria, mas enfrenta desafios práticos ao prever o isolamento de idosos e pessoas com doenças preexistentes. Mesmo que o Brasil tenha um percentual de pessoas mais velhas inferior ao da Itália, que registra alto número de mortes por covid-19, as condições de vida peculiares do Brasil elevam o risco de tentar preservar exclusivamente essa faixa etária. Na país europeu, os velhos representam mais de um quinto da população. No Brasil, são cerca de 16%, mas costumam dividir a casa com outras pessoas.
Um dado do censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que 9 milhões de pessoas já viviam na mesma casa que netos ou bisnetos. Outro dado do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) aponta que dois terços dos idosos moram com alguma outra pessoa que não é seu cônjuge (familiar ou não). Se um desses acompanhantes retoma a rotina e se contamina, o risco de ar o vírus ao idoso é muito grande.
— Principalmente nas classes sociais mais baixas, onde a doença aparentemente ainda não chegou com tanta força, é muito comum idosos morarem com outras pessoas. Nesse caso, é muito difícil evitar a transmissão — opina o epidemiologista e professor da UFRGS Jair Ferreira.
Outro entrave são as pessoas com as chamadas comorbidades (outras doenças que podem agravar o quadro provocado pelo coronavírus). Um levantamento realizado por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), da UFMG, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Associação Brasileira de Educação e Tecnologia revela que nada menos do que 45% dos brasileiros com mais de 18 anos têm alguma doença crônica. Nem todas são fatores de risco para a covid-19, como problemas de coluna, mas a maioria é, como hipertensão, insuficiência renal, diabetes, câncer e complicações cardiovasculares.