Apesar de estar há 14 anos negociando a construção naquela área, a Goldsztein ainda não tem controle sobre o que será feito no local porque fez uma permuta com esses proprietários. Eles devem receber apartamentos no edifício a ser construído – ou parte do terreno, dependendo do contrato – em troca de terem consentido a demolição. Por telefone, o advogado Milton Terra Machado, indicado pela empresa, reafirmou o que havia dito a ZH na sexta-feira, informando que, "enquanto a Goldsztein não entregar os apartamentos, ela não é dona dos imóveis".
Conforme a incorporadora, ainda não há data para a reunião que deve definir exatamente o que deve ser feito na Luciana de Abreu, e a partir de quando. Mas, pelo menos tão cedo, os moradores não devem ver o retorno de escavadeiras ao local.
Contatado pela reportagem, o responsável pela Coordenação da Memória Cultural da Secretaria Municipal de Cultura de Porto Alegre afirmou que não há qualquer tipo de ação prevista pela prefeitura no sentido de interromper as obras. Segundo Luiz Antônio Custódio, essa é "uma batalha perdida".
Já o presidente estadual do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB-RS), Tiago Holzmann, afirma que a entidade vai acompanhar de perto o que for feito na Rua Luciana de Abreu para evitar que a empresa "piore a qualidade da cidade para vender apartamento". Afirmou ainda que o IAB vai trabalhar para revisar a legislação de forma a evitar que aconteçam mais casos como esse.
A reportagem tentou ainda contato com o Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul, mas não obteve retorno.