O interrogatório de Braga Netto, general da reserva, será o único realizado por videoconferência, em decorrência de ele estar preso preventivamente desde 14 de dezembro de 2024. A detenção aconteceu pelo entendimento de que o militar procurou atrapalhar as investigações sobre a tentativa de golpe de Estado.
Além da sessão que começa às 9h de terça, outras três foram convocadas para:
Elas serão realizadas conforme a necessidade, até que se encerrem os interrogatórios dos réus.
A PGR denunciou 34 pessoas, divididas em núcleos, pelos crimes de tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito, tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Responsável pelo julgamento do caso, a Primeira Turma do STF é composta, além de Moraes, pelos ministros Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Flávio Dino.
Na posição de "réu colaborador", Mauro Cid foi mais longamente inquirido, inclusive pelos advogados de defesa dos demais investigados. No interrogatório desta segunda, o ex-ajudante de ordens reiterou as informações de sua delação e afirmou que as deu de forma espontânea, sem ter sido, de qualquer forma, coagido ou pressionado por investigadores.
Cid foi questionado sobre o plano chamado de "Operação Punhal Verde e Amarelo" — que teria sido discutido no contexto da trama golpista e previa, inclusive, o assassinato do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro do STF Alexandre de Moraes — e afirmou que não ouviu falar dele enquanto atuava no Planalto.
— Fiquei sabendo pela imprensa — atestou.
O advogado de defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, Celso Vilardi, perguntou a Cid se este teve informação antecipada ou se ouviu, no entorno do então presidente, qualquer incentivo aos atos de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos três poderes foram invadidas e vandalizadas em Brasília.
— Não, senhor — respondeu o tenente-coronel.
O Supremo Tribunal Federal (STF) reforçou as medidas de segurança para as sessões em que são ouvidos na Primeira Turma o ex-presidente Jair Bolsonaro e os outros sete réus.
A principal mudança no protocolo de proteção foi o aumento no número de barreiras com detectores de metal. Antes para ar a Primeira Turma era preciso ar por apenas uma inspeção. Os réus, advogados e demais pessoas interessadas em acompanhar os interrogatórios desta semana são submetidas a duas revistas de detecção.
O STF posicionou duas viaturas e um número maior de agentes da Polícia Judicial na área externa da Primeira Turma, por onde geralmente am as pessoas que vão acompanhar as sessões de julgamento. No mesmo local também foram posicionados policiais e cães farejadores responsáveis por varreduras e monitoramento de ameaças.
Essas medidas se somam ao aumento no número de policiais judiciais mobilizados para atuar na segurança da Primeira Turma. O reforço no protocolo de proteção se deve ao fato de a sessão contar a presença de um ex-presidente, três ex-ministros de Estado, um ex-comandante da Marinha e um deputado federal, além dos cinco ministros que integram a Primeira Turma.