"Lamentavelmente, Lula se corrompeu", diz procurador
— A estrutura e o modus operandi dessa atividade criminosa continuam operantes —garantiu, para em seguida comentar a conduta de Lula e também votar por 12 anos e um mês de prisão:
— Há elementos de sobra para mostrar que (Lula) concorreu para os crimes de forma consciente e livre.
Com dois votos a zero contra Lula, o suspense ficou por conta do voto do terceiro desembargador, Victor Laus. O magistrado, contudo, começou sua explanação com um elogio à atuação de Moro no processo:
– Corajoso e brilhante, tem diante de si uma complexa análise de casos – e completou: — Após ouvir o relator e o revisor, anulei qualquer dúvida.
A partir daí, Laus teceu um voto didático. Disse que a acusação tinha provas documentais e testemunhais, reafirmou os privilégios concedidos a Lula na aquisição do triplex e aderiu à posição dos colegas de Turma. Era o voto derradeiro: três a zero.
— Temos de formar convicção com provas verossímeis. Ao longo do processo, elas resistiram à defesa. Ficou demonstrada a acusação que vem a juízo.
Ao cabo do julgamento, o tribunal manteve o restante da sentença de primeira instância, condenando os executivos da OAS Agenor Franklin Magalhães Medeiros e Leo Pinheiro e absolvendo os demais quatro réus, entre eles o ex-presidente do Instituto Lula Paulo Okamotto.