
A concessionária Caminhos da Serra Gaúcha (CSG) estima em R$ 300 milhões o custo total das obras emergenciais de recuperação dos danos provocados pela enchente de 2024. O valor ainda não está fechado, pois parte das intervenções continua em andamento, e estudos e projetos precisam ser finalizados.
Esse montante aproximado deverá ser negociado com o governo do Estado e, de alguma forma, ressarcido à CSG, já que não está previsto no contrato. Essa compensação pode ocorrer por meio de medidas como o adiamento de investimentos ou até mesmo aporte direto do Estado via Funrigs, o fundo destinado às obras de reconstrução e resiliência. É improvável que o custo seja reado à tarifa, já considerada elevada.
Enquanto não houver definição, as duplicações de rodovias permanecerão em espera. O motivo, conforme explicou o diretor-presidente da CSG, Ricardo Peres nesta segunda-feira (12), é a necessidade de encaminhar a renegociação contratual para viabilizar financiamentos de longo prazo.
A Secretaria da Reconstrução Gaúcha afirma que está aberta a avaliar o aporte do Funrigs, mas aguarda a entrega de todos os estudos por parte da CSG. A concessionária prevê concluir todos os levantamentos pendentes até outubro. Paralelamente, os trâmites para as obras seguem em andamento.
R$ 280 milhões no ano ado
Entre fevereiro de 2024 e janeiro de 2025, período correspondente ao segundo ano de concessão, a CSG investiu R$ 280 milhões nas rodovias da Serra e do Vale do Caí. A maior parte desse valor foi destinada às obras emergenciais, e o restante, à manutenção e a melhorias menores. Desse total, cerca de R$ 50 milhões foram aplicados no que Peres classificou como "emergência da emergência", ou seja, a liberação do tráfego nas estradas danificadas pela catástrofe. Foram, ao todo, 159 pontos de danos na área sob concessão.
Desde então, os trabalhos têm se concentrado na recuperação definitiva e no reforço das estruturas. Ainda há trechos na saída de Caxias em direção a Flores da Cunha e na Serra das Antas, ambos na RS-122, que necessitam de reforço nas encostas, com custo estimado em R$ 50 milhões.
Notificação do free flow
Prevista em resolução federal que regulamenta o pedágio eletrônico, a notificação de agem pelos pórticos via aplicativo Carteira Digital de Trânsito depende de portaria da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran).
Enquanto a medida não é implementada, cada concessionária que opera o sistema adota seus próprios meios de notificação. No caso da CSG, é necessário se cadastrar no site ou aplicativo para receber os alertas por e-mail, SMS ou pelo próprio app.