
O primeiro turno das eleições municipais de 2024 está marcado para o dia 6 de outubro. Até lá, durante os próximos pouco mais de oito meses, os partidos terão que organizar coligações, composições de chapa dos candidatos para a prefeitura e definir as nominatas com os nomes que disputarão as 23 cadeiras na Câmara de Vereadores.
São três datas principais que irão definir as candidaturas. A primeira é 6 de abril, quando fecha a chamada janela partidária, em que políticos em cargos eletivos (como vereadores, prefeitos e deputados estaduais e federais) podem trocar de sigla. Esta etapa de troca de partidos abre um mês antes, em 6 de março. Até o final de abril, portanto, cenários como possíveis candidatos à Câmara e o caminho de apoio escolhido por algumas lideranças deverão ficar mais claros.
Entre 20 de julho e 5 de agosto é o período em que as siglas realizam as convenções partidárias e confirmam o nome de seus candidatos ou a participação em eventuais coligações para a Justiça Eleitoral. Até lá, entretanto, a tendência é que o momento seja utilizado apenas para oficializar as candidaturas, já que os partidos e políticos costumam anunciar as pré-candidaturas nos primeiros meses do ano, para construir apoios e fortalecer a campanha na opinião pública.
Já em 15 de agosto é a data limite para o registro de candidaturas, quando o eleitor terá a oportunidade de conhecer, de fato, todas as opções disponíveis para a sucessão na prefeitura e na Câmara de Vereadores, a partir de 2025 até 2028. A campanha eleitoral obrigatória em rádio e TV começa em 30 de agosto, se estendendo até o dia 3 de outubro, três dias antes do primeiro turno das eleições.
Movimentações nos bastidores
Em Caxias, os bastidores da política apresentam novidades em relação às movimentações diariamente. Reuniões e encontros de lideranças de partidos estão cada vez mais frequentes, e, nas redes sociais, indicativos de apoios, novas filiações ou até mesmo críticas aos opositores — assim como elogios aos parceiros — am a se tornar publicações corriqueiras.
Em um momento tão movimentado, é normal que cenários eventualmente "confirmados" possam apresentar reviravoltas, ou então que situações que pareciam improváveis em a ser dadas como certas. Por isso, o Pioneiro elencou seis perguntas sobre a situação eleitoral em Caxias do Sul, com respostas a respeito do que já foi divulgado e o que está sendo ventilado nos bastidores.
Seis perguntas e respostas:
O ex-prefeito e ex-governador José Ivo Sartori será candidato a prefeito?

O MDB aposta suas fichas em uma nova candidatura do ex-prefeito e ex-governador José Ivo Sartori. Tanto o presidente municipal da sigla, deputado estadual Carlos Búrigo, quanto o presidente estadual emedebista, Fábio Branco (prefeito de Rio Grande), garantem que Sartori será o candidato do partido para a disputa eleitoral em Caxias. A legenda, entretanto, aguarda o “sim” do ex-prefeito para confirmar a pré-candidatura.
Uma candidatura de Sartori atrai PSB e PDT, preferencialmente, para o lado do MDB na disputa. O ex-vice-prefeito ao lado de Sartori, Alceu Barbosa Velho (PDT), já manifestou sua vontade de repetir a dupla que comandou Caxias por seis anos seguidos.
Se Sartori recusar, a opção do MDB deve ser apostar na candidatura do vereador Felipe Gremelmaier à prefeitura.
Quais são os caminhos do PDT?

A opção favorita do PDT é apoiar uma candidatura de Sartori à prefeitura, indicando o candidato a vice-prefeito, que deve ser Alceu Barbosa Velho. Os pedetistas aguardam uma posição do ex-governador e já definiram que a data limite para decidir internamente o caminho a ser seguido é 20 de fevereiro.
Se o MDB tiver outro candidato que não seja Sartori, a segunda opção do PDT é compor chapa com o PT, em uma eventual candidatura da deputada federal Denise Pessôa. O nome, mais uma vez, é o de Alceu.
O presidente do PDT, vereador Rafael Bueno, já descartou apoio a Adiló ou Scalco. Bueno também indica que uma reunião nos próximos dias pode carimbar a volta da dobradinha Sartori-Alceu, mantendo a expectativa de repetir a aliança com os emedebistas, que venceu em 2004, 2008 e 2012.
Quem será o candidato a vice do atual prefeito Adiló Didomenico?

A única certeza até agora é de que o PSDB não terá chapa pura, ou seja, candidatos a prefeito e vice não serão do mesmo partido – a exemplo da chapa que venceu em 2020, com Adiló Didomenico (foto) e Paula Ioris. O nome favorito neste momento para ser o candidato a vice-prefeito ao lado de Adiló é João Uez, que está licenciado do PSDB e tudo indica que irá se filiar ao Republicanos, partido que está na base do governo.
Outra possibilidade ventilada nos bastidores é de que o MDB participaria de uma chapa indicando Felipe Gremelmaier a vice. O MDB não considera esta possibilidade no momento, que teria sido sugerida pelos tucanos.
Adiló deve ter ao seu lado PRD, União Brasil, Republicanos e Cidadania, podendo agregar mais siglas até o pleito, como PSD, que foi convidado.
Quem estará em uma aliança de partidos da direita?

No momento, estão confirmados o PL, partido de Maurício Scalco – e que também é o pré-candidato a prefeito pela frente da direita –, o Podemos, do deputado federal Maurício Marcon, e o Novo, presidido no Estado pelo candidato a prefeito em Caxias nas eleições de 2020, Marcelo Slaviero – e também é o antigo partido de Scalco.
Tudo indicava que o Progressistas estaria junto na coligação, e que inclusive indicaria o nome da candidata a vice-prefeita – seria a vereadora Gladis Frizzo, que trocaria o MDB para concorrer ao lado de Scalco. O presidente municipal do PP, vereador Alexandre Bortoluz, já havia confirmado esta movimentação. Porém, Gladis ainda não confirma a troca de partido, e o apoio a Scalco ainda precisa ser aprovado internamente no partido. Uma ala interna do PP defende apoiar Adiló.
Quem estará em uma aliança de partidos da esquerda?

A pré-candidata do PT é a deputada federal Denise Pessôa (foto). Após disputar cinco eleições, o ex-prefeito Pepe Vargas abre espaço para a nova liderança petista em Caxias do Sul.
O PT integra federação com PCdoB, de Assis Melo, e PV, de Paulo Sausen, e, portanto, os partidos deverão estar juntos no pleito. A coligação deve absorver ainda o PSOL, e o Solidariedade pode aparecer na composição do grupo. O partido também convidou o PSD e aguarda uma posição.
Para a vaga de vice, o PT aguarda pelo PDT. A chapa entre petistas e pedetistas é negociada desde o ano ado, e a pela definição de Sartori no MDB – sem o emedebista na disputa, o vice de Denise deve ser Alceu Barbosa Velho. Caso o PDT não integre a coligação, os petistas devem resolver a situação entre os partidos da esquerda.
Quantos candidatos a prefeito haverá nas eleições?
A tendência é que seja uma disputa mais enxuta do que foi em 2020, quando 11 candidatos disputaram a prefeitura.
Neste momento, três pré-candidatos estão colocados para a disputa: Adiló, Scalco e Denise. Com a possibilidade de o MDB indicar o quarto candidato (sendo Sartori o nome favorito), e como PSB e PDT não devem ter candidatura própria, as urnas não devem ter mais do que cinco opções.
Será uma disputa que deve unir partidos em coligações fortes, com o discurso da união ideológica, de valores e de propostas para tentar vencer os oponentes no pleito.
Em 2020, 21 partidos indicaram nomes para concorrer à Câmara de Vereadores – quatro se fundiram em novas siglas (PSL e DEM viraram União Brasil, e Patriota e PTB viraram PRD), enquanto o PSC se incorporou ao Podemos.