
A rede hoteleira de Caxias do Sul espera alcançar mais de 60% de ocupação durante a Festa da Uva 2022. Nos finais de semana, a expectativa é de alcançar os 90% de lotação. A previsão é baseada nas outras edições, mas os efeitos da pandemia de coronavírus e da variante Ômicron ainda geram incertezas. A constatação é que o número de reservas caiu, pois os turistas aram a agendar as viagens mais próximas aos eventos.
— O ano ado foi marcado por esta diferença. Na segunda-feira, temos uma previsão de ocupação, e na sexta-feira o que vemos é completamente diferente. As reservas são feitas mais em cima da hora. A diferença é que a Festa da Uva traz estes grupos, que aí são marcados com antecedência, em pacotes — explica Gabriel Bertelli, gerente do Hotel Swan, que espera um acréscimo de 20% da ocupação na comparação com o período anterior a pandemia:
— Já temos reservadas excursões de Santa Maria, Carazinho e o Fundo. É uma mudança no perfil do cliente. Antigamente, a maioria era do Nordeste e de Minas Gerais. Este ano, vemos um turismo mais local, regional. A nossa ocupação maior será no último final de semana da Festa, dias 5 e 6 de março, quando a nossa previsão é de lotação — complementa.
De acordo com o Sindicato Empresarial de Gastronomia e Hotelaria da Região Uva e Vinho (Segh), Caxias do Sul tem uma média histórica de 38% de ocupação no mês de fevereiro. A expectativa é de um crescimento de 2o% em razão da Festa da Uva.
— Nas outras edições, tivemos de 60% a 65%, com os finais de semana ando de 90% de ocupação. É um aumento de 20% (comparado com a média histórica) que esperamos que se repita. Como fevereiro e março é um período de baixa temporada em Caxias, a Festa da Uva é sempre um momento muito importante para o setor hoteleiro — destaca Marcia Ferronato, diretora executiva do Segh.
Cabe lembrar que a Festa da Uva é o primeiro grande evento desta retomada. Ainda que as dificuldades do coronavírus não estejam resolvidas, o secretário municipal do Turismo, Ênio Martins, acredita que o evento será um marco para um novo momento e espera milhares de visitantes na cidade.
— Nosso objetivo é fazer com que a Festa movimente todos os setores, gere negócios, aqueça novamente nossa economia. Restaurantes, por exemplo, vão ter público. Recebi um dono de churrascaria falando que ligaram de Minas Gerais já avisando que irão visitar. Ontem, também recebi uma ligação de São Paulo procurando hospedagem. Está em cima da hora, mas ainda vemos muita procura. A Festa da Uva é para os caxienses, mas também para os turistas — exalta.
Expectativa por maior público regional
Caxias do Sul possui 24 hotéis e mais de 3 mil leitos, segundo o Segh. Marcia destaca que praticamente todos estão recebendo pedidos de informações de interessados na Festa da Uva, ainda que as reservas não se consolidem. Seria um sinal deste público mais próximo, de dentro do Estado, que deve fazer reservas avulsas e vir durante os 18 dias de festa.
— A partir de quinta e sexta-feira (dia da abertura da Festa da Uva) é que devem se consolidar efetivamente as reservas. Por enquanto, há bastante consulta e procura. São potenciais clientes que, mesmo que não venham agora, podem visitar Caxias mais para a frente. A Festa nos coloca de novo no cenário — ressalta Marcia.
— Já estamos sentindo maior movimento em função da festa, com grupos já confirmados que vem de mais longe. Também há expectativa deste público de lazer, que vem só pelo final de semana. A melhora que estamos projetando é de 40% de aumento em comparação com fevereiro do ano ado. Uma ocupação muito similar com a última Festa, em 2019. É um evento que é símbolo da cidade e nós, da hotelaria, contamos sempre — opina Roberta Albuquerque, gerente geral do Blue Tree Towers, onde ocorre uma exposição de antigos vestidos da Festa da Uva.
Além de Caxias do Sul, a rede hoteleira espera aumento no movimento em outras cidades da região. Tradicionalmente, excursões vêm da Região das Hortênsias, de Flores da Cunha, de Bento Gonçalves e Garibaldi para curtir os dias da festa. São aproximadamente 8 mil leitos esperando por turistas na região, segundo o Segh.
— Hoje, nosso turista é mais regionalizado. A Festa nos dá um alcance em nível de Brasil e Estados próximos, mas vemos este novo perfil se consolidar. Turistas fazem reservas pela internet (de última hora), locam um carro e vêm com a família. Temos atrações para os 18 dias de festa e esperamos muitos destes visitantes vizinhos. Fizemos um grande trabalho de promoção, em todas as frentes. Mas, sim, a expectativa é maior por este público regionalizado — conclui o secretário Martins.