
O futebol gaúcho já trabalha para a retomada dos jogos. O Caxias e Juventude não tiveram suas atividades diárias afetadas. Os dois elencos seguem treinando com a paralisação dos jogos dos times do Rio Grande do Sul até 27 de maio. Grêmio e Inter vivem situações diferentes. Com seus Centros de Treinamentos atingidos pelas enchentes, o Tricolor foi para São Paulo e o Colorado para Itu-SP. Seus estádios terão também de ar por melhorias após o desastre.
Para facilitar a logística dos jogos do mês que vem, os clubes tiveram uma reunião com dois ministros do governo federal e pediram uma atenção especial ao aeroporto Hugo Cantergiani, em Caxias do Sul.
O encontro a presença de Paulo Pimenta, da Secretaria Extraordinária da Presidência da República para Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, e Waldez Góes, do Desenvolvimento Regional do Brasil. Além de Grêmio, Inter, Juventude e Caxias, a reunião contou com a participação do presidente da Federação Gaúcha de Futebol (FGF), Luciano Hocsman, e representantes dos demais clubes gaúchos nas Séries C e D do Brasileiro.
Os dirigentes compartilharam suas preocupações e formularam algumas ideias, que serão colocadas em um documento, entregue ao governo federal. Entre elas está equipar o aeroporto Hugo Cantergiani e habilitá-lo para receber voos internacionais.
INTERNACIONALIZAÇÃO DO AEROPORTO
Com fechamento por tempo indeterminado do aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, o principal centro de logística aérea é o espaço de Caxias do Sul. Porém, o Hugo Cantergiani conta com limitações estruturais, como de operar em dias com situação climática adversa. Além disso, o local não recebe voos internacionais, algo que seria de suma importância para a dupla Gre-Nal. O secretário de Trânsito, Transportes e Mobilidade de Caxias do Sul, Alfonso Willenbring Júnior revela que teve conhecimento da manifestação dos clubes:
— Houve a manifestação do Grêmio, tenho certeza, do Internacional ainda não recebemos. Mas a gente sabe que eles têm essa intenção. Até a própria ANAC já considerou isso de nós analisarmos e buscarmos essa adequação local para transformar o Aeroporto de Caxias em internacional — declarou o secretário.
QUESTÃO TÉCNICA

Para se tornar um aeroporto internacional, conforme normas da Agência Nacional de Aviação (ANAC), é preciso atender diversas operações de tráfego aéreo internacional, como normas alfandegárias, de polícia de fronteira, de saúde pública, de vigilância agropecuária e os demais requisitos estabelecidos em regulamentos específicos.
— Nós já estávamos indo para essa implantação. Com relação à possibilidade de internacionalização, eu pensei pela primeira vez quando houve uma informação, ainda não descartada, de uma aeronave oriunda dos Estados Unidos trazendo medicamentos e insumos clínicos e médicos para cá. Ou seja, ela teria que parar em outro aeroporto para fazer a nacionalização para depois vir para cá. Cheguei a conversar com a ANAC a respeito, informalmente. Seria uma excepcionalização, não é nada assim que a gente conseguiria de pronto colocar na operação ordinária do aeroporto — comentou o secretário, que ainda detalhou:
— Qualquer voo internacional aqui, eu preciso da Polícia Federal para fazer toda aquela verificação com cada um dos ageiros, eu preciso da Receita Federal que vá lá conferir tudo que está vindo de carga, de bagagem. Se tem medicamento, se tem qualquer coisa que depende da saúde, que pode arriscar a saúde, tem que estar a Anvisa lá dentro fazendo essa verificação. É um processo um pouco mais complexo, não basta nós termos recursos e vontade — explicou Alfonso Júnior.
Após o fechamento do Salgado Filho, o aeroporto de Caxias teve um aumento de voos. Somente nesta segunda-feira (27), foram 11 voos comerciais. O foco de momento tem sido trabalhar nesta demanda. O aeroporto também precisa ar por algumas melhorias para este aumento. São investimento de equipamentos, orçados na casa dos R$ 2 milhões e mais R$ 4 milhões para a pista. Contudo, para se tornar internacional não existe um prazo, pois depende da atuação de outros órgãos.