
Grande líder industrial, Raul Anselmo Randon também fez história na agricultura. Há 46 anos, viu em Vacaria a chance de tornar o desejo de cultivar maçãs realidade. A RAR, iniciais do nome do empresário falecido em 2018, cresceu e diversificou a produção, incluindo leite, queijo e azeites no portfólio. O aniversário da empresa, aliás, é neste 15 de maio.
Na semana ada, a empresa anunciou a mudança para RAR Agro & Indústria, marca que engloba a Rasip Agro — que agrega agora, além de maçã, cereais e leite — e a Rar Gastronomia, criada para reunir os lácteos, charcutaria, azeites, acetos, vinagres e vinhos. Dentro dessa unidade estão as submarcas Gran Formaggio Rar e Spaccio Rar Gastronomia.
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A convite da companhia, a colunista conheceu, com um grupo de jornalistas, as novidades e a empresa nos Campos de Cima da Serra. Visitamos diferentes áreas da empresa e conferimos novos pomares da Rasip. Quinze hectares foram plantados em novembro do ano ado e outros 55 hectares em 2023. Mais 30 serão criados em outubro.
Atualmente, a Rasip Agro tem cerca de 1,3 mil hectares de plantação de maçã em Vacaria e Monte Alegre dos Campos e planeja chegar a 1,5 mil nos próximos anos com novos pomares e reconversão de antigos. Em safras consideradas normais, são colhidas entre 60 e 65 mil toneladas de maçã por ano. Esse volume é enviado para a unidade chamada de packing house, onde as frutas são selecionadas e embaladas, e também para as câmaras frias.
— Elas podem ficar armazenadas por até 12 meses. É semelhante a uma geladeira, com oxigênio baixo, e faz com que a fruta praticamente paralise o processo respiratório. Isso mantém as características in natura por um período maior. Quando sai da câmara, tem o mesmo sabor ou praticamente igual a fruta recém-colhida — completa Alecir Webber, gerente de produção de frutas.

Da produção da Rasip, 75% do volume é da variedade gala e 25% é fuji. O mercado interno representa de 80% a 90% das vendas. Em 2024, os negócios da Rasip representaram 45% do faturamento da RAR Agro & Indústria.
115 toneladas de queijos por mês
Também vimos de perto a produção do famoso queijo grana padano. Na sala de maturação visitada, descansavam 16.510 enormes formas do Gran Formaggio. Lançado em 1998, tornou-se o primeiro queijo tipo grana feito fora da Itália. As peças saem da produção com 40 quilos, em média, e após um ano chegam a 35,5 quilos.
— O processo de fabricação nos tanques, onde transformamos o leite em queijo, é manual, artesanal. Depois temos a prensagem. O queijo permanece por 20 dias no processo de salga. Ele precisa completar 12 meses de maturação para realçar o sabor e perder a umidade, por isso tem menos quilos no final — diz o mestre queijeiro Jiovani Foiatto, acrescentando que a capacidade de produção é de 115 toneladas por mês.
O valor do quilo para o consumidor gira em torno de R$ 200. Eles são feitos com o leite da Fazenda NTR, nomeada em homenagem à Nilva Therezinha Randon, viúva de Raul. São 1.350 vacas e cada uma produz, por dia, cerca de 36 litros de leite. A ordenha é mecânica e o leite sai direto para uma carreta que leva para a produção do queijo da RAR.
A fazenda em selo de bem-estar animal, além de reuso de água e produção de biogás.
De olho no mercado norte-americano
A RAR foi pioneira na exportação de maçã, em 1990, e agora quer ser destaque na exportação de queijo. A empresa já tem 20 pontos de venda do Gran Formaggio nos Estados Unidos e deseja ampliar a presença em solo norte-americano. Como o país é um grande consumidor do produto, a direção da RAR estima que, atingindo 2% do que os Estados Unidos importam, a empresa alcança 20% de vendas.
Repaginação
A reformulação da marca faz parte de uma estratégia de crescimento, que projeta aumento de 16% na receita líquida para este ano. A meta é atingir R$ 580 milhões. Em 2024, a empresa alcançou receita de R$ 500 milhões, um crescimento de 6,5% na comparação com o ano anterior. Para 2029, a projeção é chegar a R$ 800 milhões e R$ 1 bilhão até 2034.