
Campeão com foco e habilidade!
O judoca Marcelo Adriano de Azevedo Casanova, 17 anos, filho de Antônio Britto Casanova e Ângela Regina de Azevedo Casanova, juventudista, faixa preta e atleta do Recreio da Juventude, cursa o terceiro ano do Ensino Médio com o objetivo de disputar uma Olimpíada. Aluno aplicado do Colégio São José, nosso jovem entrevistado do dia já integrou a Seleção Brasileira de Base - Sub 18. Nesta conversa com a coluna, Marcelo ensina como pensa um vencedor, ratificando que coragem é sua palavra de ordem.
Qual sua melhor lembrança de sua recente infância? Os encontros em família nas datas comemorativas ao sabor do churrasco do meu tio.
O que te tira do sério: perder quando tenho consciência de que teria potencial para vencer.
Traço marcante de sua personalidade? Difícil falar disso, mas me considero bem humorado e uma pessoa que leva a vida com leveza.
Gostaria de ter sabido antes... que haveria uma pandemia que paralisaria o mundo e mudaria drasticamente as nossas vidas.
Qual a palavra mais bonita da língua portuguesa? Coragem.
Qual a agem mais importante da tua biografia e que título teria? Meu encontro com o esporte, que mostrou muitas oportunidades, e se fosse publicada seria intitulada por: “As portas que o esporte abre”.
Se tivesse vindo ao mundo com uma legenda ou bula, o que conteria nela? Julgue com cuidado, pode te surpreender.
Um hábito que não abre mão? Treinar e estar com meus amigos e familiares.
Como surgiu essa vontade de competir? Meu pai sempre incentivou muito esse aspecto da competição, por acreditar ser importante para meu crescimento como cidadão, por desenvolver valores como resiliência, responsabilidade, superação, amizade, entre outros atributos.
Desde quando pratica judô? Como conheceu o esporte? Por que resolveu praticar profissionalmente? Meu pai, como praticava o esporte quando jovem, me incentivava muito a exercitar, até que nas Olimpíadas de Londres, assistindo as lutas, achei interessante e decidi ingressar na modalidade, aos nove anos. Com relação a parte da prática profissional, ainda não me vejo nessa etapa, porém com as minhas conquistas a nível nacional e com a vaga na seleção brasileira de base, entendo que estou no caminho certo para alcançar esse objetivo.
Durante as competições, o aspecto psicológico também é importante? Muito! É tão essencial quanto um bom preparo físico e técnico. Muitas vezes, o fato de estar psicologicamente motivado e focado na luta permite que um atleta menos técnico supere o outro, por estar mais determinado em vencer.
Que conselho daria a um jovem como você que deseja seguir a carreira de lutador profissional? Treine, pois as medalhas são conquistadas ali. As competições você só vai buscá-las.
A partir do momento em que decidiu competir, como foi sua preparação e motivação? Na medida em que fui percebendo meu potencial, comecei a colocar pequenas metas nos meus treinamentos e competições, me motivando a cada uma delas cumpridas e buscando superar a mim mesmo ao longo do processo.
Os atletas vivenciam muitas dificuldades no decorrer da carreira esportiva? Com o aporte que temos do Recreio da Juventude, patrocinando, incentivando e nos auxiliando em todos os momentos, essas dificuldades diminuem drasticamente, porém, as derrotas, o cansaço diário por conta dos treinamentos, as incertezas, abdicar de momentos com a família e amigos, sobrecarregam muito a vida de um atleta.
Qual é a importância do apoio da família para os jovens que querem ingressar no esporte? A família é um pilar fundamental na vida de qualquer um, é o porto seguro do atleta, sempre será ela quem acreditará em você, até quando você mesmo não acreditar.
De que forma a situação atual do mundo afeta o seu desempenho, e o que fazer para se manter saudável em casa? Afetou totalmente o meu desempenho, e acredito que o de muitos. Com a impossibilidade de competir e com algumas restrições quanto aos treinos, tento me manter preparado. Para continuar saudável nesse período, mantenho uma rotina de treino, para não perder a forma e o foco.
Além dos treinos no tatame, o que mais faz parte do seu treinamento? Treinos físicos voltados às dinâmicas do Judô e, com a ajuda dos senseis, o estudo de novas técnicas para somar no meu estilo de luta, buscando complementar o treinamento com o aprimoramento físico, técnico e psicológico.
Qual o seu maior incentivo? A família, os senseis, amigos e o próprio Recreio da Juventude me fazem seguir em frente.
Alguma vez pensou que não poderia lutar por causa de seu déficit de visão? Já sentiu que foi subestimado por isso? Nunca pensei que não poderia lutar, porém tinha consciência de que haveria uma dificuldade a mais que teria que enfrentar para superar. Quando comecei a competir, creio que era levemente subestimado, mas na medida em que fui conseguindo mostrar que tinha condições de lutar de igual para igual, esse problema foi desaparecendo.
Se pudesse voltar à vida na pele de outra pessoa, quem seria? Cristiano Ronaldo, pois gostaria de entender a mentalidade vencedora dessa lenda do esporte.
Qual a primeira coisa que irá fazer depois da pandemia? Muito provavelmente me inscrever na primeira competição que surgir.
Uma qualidade: sou uma pessoa engraçada e determinada.
Um defeito: as vezes sou muito brincalhão, não conseguindo dar seriedade à assuntos importantes.
Uma palavra-chave: gratidão.