
O avanço do estudo para implantação da rota Porto Alegre–Serra pela empresa HyperloopTT, com definições de estações, estimativas de preço e pesquisa de interesse do gaúcho em relação ao transporte de altíssima velocidade rodando, faz parecer que um projeto com contornos futurísticos aparente estar mais próximo da realidade. Por ser um modelo de transporte por cápsula e uma tecnologia nunca antes usada no mundo, o “trem" ultrarrápido gera muita expectativa.
Ao mesmo tempo em que se discutem as condições das rodovias no plano de concessões, o governo do Estado também participa do estudo para implantação de um transporte a vácuo que poderia levar um ageiro da Capital para Caxias do Sul em 17 minutos, tempo este baseado em levantamentos iniciais.
Por isso, a coluna procurou representantes de entidades ligadas aos setores empresariais, como inovação e turismo, para saber o que pensam sobre este novo sistema. É o caso do presidente da CIC Caxias, Ivanir Gasparin, que destaca as vantagens deste novo modelo.
— Não se pode comparar com qualquer tipo de projeto que se tem até hoje. Então como criticar um projeto que nos leva a um destino, reduzindo seu tempo em mais de 70%, que consome menos combustível, utilizando placas solares, que reduz emissão de carbono, que não tem atrito, não enfrenta tráfego, e acidente como em outros veículos? Talvez com um custo um pouco maior do que os transportes atuais. Eu diria que é quase um sonho, mas é o futuro e o futuro está logo aí — acredita Gasparin.
O presidente do Sindicato Empresarial de Gastronomia e Hotelaria da Região Uva e Vinho (Segh), Vicente Perini, aposta que o setor será um dos mais beneficiados.
— Esse sistema futurístico de cápsula de transporte que está para ser implantado no Rio Grande do Sul vai nos beneficiar nas idas e vindas entre a Serra e Capital para aumentar o fluxo turístico. É uma benção, é o que a gente tem necessidade, ainda mais com as estradas, com aeroportos ainda por vir... É muito importante para nossa categoria — aponta Perini.
César Augusto Ferreira, membro do Conselho de Governança do Hélice, instituto que representa organizações que acreditam que podem mudar o ecossistema de inovação na Serra, enxerga o “trem” ultrarrápido como oportunidade de desenvolver ainda mais a vocação econômica da região.
— Atrair empresas como a HyperloopTT é de extrema relevância para a nossa região, que tem uma vocação de desenvolvimento de soluções de transporte. Temos grandes empresas na área de transporte, tanto de pessoas como de produtos. A Serra precisa estar conectada, e está se conectando cada vez mais com o grande apoio do Instituto Hélice, a criar discussões que envolvam o futuro da mobilidade. E chamar a atenção desse tipo de empresa mostra como a gente vem se posicionando como região que tem se estruturado e tem trabalhado para se preparar para o futuro — elogia Ferreira.