Roda-gigante no Guaíba: "É preciso ter algo interessante para as pessoas contemplarem"
O semestre ado foi, em nosso estado, aquele que teve o menor número de mortes registradas nos últimos doze anos. E o ano de 2018, aquele com o menor número de vítimas também considerando-se os últimos doze anos. Vamos mesmo retroceder? O radar móvel é o único instrumento capaz de coibir sujeitos que insistem em trafegar em velocidades altíssimas, incompatíveis com a via, incompatíveis com a vida. O que um policial rodoviário federal pode fazer se flagrar um rastro de luz a visíveis 180, 200 km/h? O infrator pode, no máximo, ser interpelado, mas já não pode mais ser autuado. É o triunfo do mau condutor.
Alijar a polícia da prerrogativa de multar – o que exerce, gostemos ou não, finalidade pedagógica – é proporcionar que as nossas rodovias federais convertam-se em matadouros que sacrificarão culpados e inocentes porque imprudentes irresponsáveis aram a ter salvo-conduto para transgredir. Evidentemente que todo método de fiscalização pode e deve ser revisto, inclusive alguns pontos do Código de Trânsito vêm sendo rediscutidos, mas é intolerável que a desativação dos radares móveis nas rodovias federais prospere.
Não é uma questão ideológica, nem de politicamente correto ou incorreto: é a calamidade pública desfilando bem diante dos nossos olhos. Tomara que o bom senso ajude a retirar essa obscura viseira que impede alguns de enxergar a realidade que se avizinha.