Moradores de rua são o reflexo do capitalismo
Com base nestas informações, criamos o Plano Municipal de Superação de Rua, com seis estratégias: qualificar a abordagem e o atendimento, ampliar a rede de saúde mental, aumentar a oferta de oportunidades, revitalizar o espaço urbano, oferecer qualificação profissional e, por fim, o Programa Moradia Primeiro.
Os avanços nos orgulham. O Moradia Primeiro, que garante casa por R$ 500 de aluguel pagos pelo Poder Público, já tirou 28 pessoas da rua. Há outras 35 em vias de ingressar numa moradia. Acrescentamos 46 leitos de saúde mental na rede hospitalar – 13% a mais. Abrimos três novos Centros de Atenção Psicossocial (CAPs) para tratamento do uso de drogas, nas regiões mais necessitadas. Elevamos de 3 para 7 o número de CAPS abertos 24h – aumentando em quase três vezes o número de leitos. Fizemos parcerias com entidades para qualificar os Centros Pops, especializados em assistir pessoas em situação de rua. Agora, temos três unidades que funcionam todos os dias. Concedemos 174 agens para quem estava em Porto Alegre e não conseguia retornar para o seu local de origem. Implantamos um residencial inclusivo para pessoas com deficiências.
Em dois meses, restaurantes populares serão abertos de forma descentralizada. Enquanto isso, uma carreta está servindo 200 refeições diárias gratuitas no Tesourinha. A situação de rua é um problema histórico, que dificilmente será resolvido, porque há de se considerar a subjetividade dos indivíduos. Organizamos um caminho seguro – com início, meio e a devida continuidade – a fim de garantir a superação da situação de rua e a verdadeira autonomia dessas pessoas.