• Por volta das 14h15min, o Papa Leão XIV foi apresentado aos fiéis que o aguardavam na Praça São Pedro. O eleito foi o cardeal norte-americano Robert Francis Prevost.
  • A fumaça branca saiu da chaminé da Capela Sistina no final da tarde desta quinta-feira (8) no Vaticano. Era 13h07min no Brasil quando os cardeais chegaram ao consenso.
  • Nos últimos dois conclaves, em 2013 e 2005, os pontífices também haviam sido escolhidos no segundo dia.
  • O conclave havia iniciado nesta quarta-feira (7). A fumaça branca foi vista após o quarto escrutínio do rito de escolha do novo papa.
  • Siga ao vivo a cobertura do conclave que escolheu o novo papa

    Horários da fumaça durante o conclave

    Na quarta-feira (7), houve apenas uma votação, cujo resultado saiu às 16h no horário de Brasília. Já era previsto que havia pouquíssima chance de se ter um eleito nesse primeiro escrutínio – a votação que inaugura o conclave é uma espécie de balizador para as demais, ali se mede, pela primeira vez, concretamente, os favoritos – até lá, é tudo especulação.

    A partir daí, nos dias seguintes seriam quatro votações – duas por turno

    A definição do novo papa aconteceu na terceira votação, nesta quinta-feira (8).

    Quem são os cardeais mais cotados à eleição do novo papa

    O site College of Cardinals Report, montado por veteranos repórteres setoristas da Igreja Católica, aponta 20 cardeais com chance de honrar o trono de São Pedro, o primeiro papa. Veja também o que pensam os favoritos a pontífice.

    Os favoritos no conclave

    Anders Arborelius

    DIMITAR DILKOFF / AFP
    Anders Arborelius.

    Sueco, 75 anos. Nascido de uma fMalcolm amília luterana, ele se converteu ao catolicismo aos 20 anos. É o primeiro cardeal católico da Suécia e ganha pontos por ser de uma região em que o Vaticano precisa conquistar mais fiéis. Pertencente à ordem religiosa carmelita, ele é favorável a dar maior influência às mulheres dentro da Igreja e expressa apoio aos imigrantes na Europa. Declarou-se contrário, porém, ao casamento de pessoas do mesmo sexo.

    Jean-Marc Aveline

    Alberto PIZZOLI / AFP
    Jean-Marc Aveline.

    Francês, 66 anos, arcebispo de Marselha (França), ele nasceu na Argélia, quando esse país era colônia sa. É descendente de uma família de colonos brancos, expulsos quando os argelinos conquistaram a independência. Trabalhou como ferroviário até a maioridade, tendo ingressado num seminário católico em 1977.

    Angelo Bagnasco

    Filippo MONTEFORTE / AFP
    Angelo Bagnasco.

    Italiano, 82 anos, arcebispo emérito de Gênova, onde nasceu durante a Segunda Guerra Mundial. Filho de operários, ordenou-se padre em 1966. Um dos mais antigos entre os cardeais, é considerado também um dos mais cultos e inteligentes. É defensor de ortodoxias católicas, aos moldes de João Paulo II e de Bento XVI. Conservador, se mostra contra o aborto, a união de casais homossexuais e a benção a divorciados.

    Fridolin Ambongo Besungu

    Hardy BOPE / AFP
    Fridolin Ambongo Besungu.

    Congolês, 65 anos, é arcebispo de Kinshasa, capital da República Democrática do Congo. É considerado candidato a papa desde que foi nomeado por Francisco como cardeal, em 2019. Pode se tornar o primeiro papa africano em tempos modernos e o primeiro negro — houve três líderes da Igreja Católica nascidos na África, mas eram brancos e do norte do continente.

    Stephen Brislin

    Andreas SOLARO / AFP
    Stephen Brislin.

    Sul-africano, 68 anos, é arcebispo de Johanesburgo. Criado numa família de classe média comprometida com causas sociais, estudou psicologia e se ordenou padre em 1983. Foi nomeado arcebispo da Cidade do Cabo em 2009 e logo se tornou presidente da Conferência dos Bispos Sul-Africanos. Virou cardeal em 2023.

    Raymond Leo Burke

    OSSERVATORE ROMANO / OSSERVATORE ROMANO
    Raymond Leo Burke.

    Norte-americano, 76 anos, é o atual prefeito emérito do Supremo Tribunal da Apostólica (a Suprema Corte católica) e considerado ultraconservador. É filho de católicos irlandeses radicados nos EUA e perdeu o pai com oito anos de idade. Foi então para internatos católicos e, depois, para um seminário. Estudou Filosofia e foi ordenado padre em 1975.

    Willem Jacobus Eijk

    Alberto PIZZOLI / AFP
    Willem Jacobus Eijk.

    Holandês, 71 anos, graduado médico em 1978, foi ordenado padre em 1985 e realizou diversos trabalhos sobre ética médica de um ponto de vista católico. É conservador, defensor do celibato para padres e da ordenação de sacerdotes apenas do sexo masculino. Ele se opõe também ao casamento entre pessoas do mesmo sexo. Apesar de pregar acolhimento a imigrantes, acredita que eles devem ser obrigados a colaborar com os países que os recebem.

    Péter Erdó

    VATICAN MEDIA / AFP
    Péter Erdó.

    Húngaro, é arcebispo metropolitano em Budapeste e tem 72 anos. Sua família foi perseguida por autoridades comunistas quando ele era criança, e teve de fugir da Hungria. Ele acabou ficando num reformatório para jovens, entrando depois para um seminário. Rapidamente ascendeu na hierarquia católica local, tendo se tornado cardeal aos 50 anos, o mais jovem na história húngara.

    Fernando Filoni

    Alberto PIZZOLI / AFP
    Fernando Filoni.

    Italiano, 79 anos, é grão-mestre do Sepulcro de Jerusalém e foi núncio apostólico no Iraque durante a guerra civil que teve início em 2003 naquele país. Ordenado padre em 1979, é também filósofo, jurista e jornalista.

    Kurt Koch

    Cemal Yurttas / ANADOLU
    Kurt Koch.

    Suíço, 75 anos. Nascido numa família de comerciantes de Lucerna (Suíça), desde cedo se mostrou inclinado a seguir o catolicismo. Estudou Teologia na Alemanha e trabalhou em projetos ecumênicos na igreja suíça. Foi ordenado padre só aos 32 anos.

    Charles Maung Bo

    Sai Aung MAIN / AFP
    Charles Maung Bo.

    Birmanês, 76 anos, é o atual arcebispo de Yangon (Mianmar, antiga Birmânia), um país predominantemente budista. Nascido numa família extremamente pobre, perdeu o pai (um camponês) quando tinha apenas dois anos de idade. Cinco irmãos dele morreram quando ainda era criança.

    José Tolentino de Mendonça

    Rodrigo Lopes / Agencia RBS
    José Tolentino de Mendonça.

    Português, 59 anos, é prefeito do Dicastério (departamento) da Cultura e Educação do Vaticano. Nascido na Ilha da Madeira, ou a infância em Angola, onde seu pai atuava como pescador. No início da guerra civil que se seguiu à independência angolana, em 1975, sua família fugiu do país e retornou para a Madeira, onde Tolentino ingressou num seminário.

    Gerhard Ludwig Müller

    Tiziana FABI / AFP
    Gerhard Ludwig Müller.

    Alemão, 77 anos, é o atual prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé (sucessora da antiga Inquisição). Filho de um operário da indústria automobilística, foi ordenado padre em 1978, quando já tinha doutorado em estudos teológicos sobre ecumenismo. Foi professor universitário durante vários anos na Alemanha. Virou bispo em 2002 e cardeal em 2014.

    Pietro Parolin

    TIZIANA FABI / AFP
    Pietro Parolin.

    Italiano, tem 70 anos e atua como secretário de Estado do Vaticano desde 2013, quando o papa Francisco foi eleito. Nessa função, o cardeal é responsável por supervisionar os assuntos internos da Igreja e orientar a política externa. É considerado o mais entrosado na istração central da Igreja Católica, além de ter servido mais de 20 anos como diplomata no órgão que supervisiona as relações internacionais do Vaticano.

    Pierbattista Pizzaballa

    MENAHEM KAHANA / AFP
    Pierbattista Pizzaballa.

    Italiano, 60 anos, é a principal autoridade do Vaticano para assuntos do Oriente Médio e também é bastante cotado. Pesa contra ele o fato de ser jovem para os padrões papáveis. Especialistas dizem também que o fato de ter vivido muitos anos no Oriente e afastado da política do Vaticano diminui as chances de Pizzaballa.

    Malcolm Ranjith

    Vatican Press / Divulgação
    Malcolm Ranjith.

    Nascido no Sri Lanka, tem 77 anos e atua como arcebispo em Colombo, capital do seu país natal. Filho de um ferroviário, cresceu numa vila católica e desde jovem foi contra governos socialistas. Foi educado por missionários ses e ordenado padre em 1975. Estudou depois Teologia em Roma, voltando a seguir, como sacerdote, para o Sri Lanka. Após estudos eclesiásticos, atuou como diplomata do Vaticano em diversas partes da Ásia, como em Timor Leste (ilha cristã encravada no arquipélago muçulmano da Indonésia).

    Robert Sarah

    GUY PETERSON / AFP
    Robert Sarah.

    Nascido na Guiné, 79 anos, é prefeito emérito da Congregação para o Trabalho Divino e a Disciplina dos Sacramentos. Ele iniciou os estudos quando seu país ainda era colônia sa. Após a independência, seus pais, animistas, se converteram ao cristianismo. Foi ordenado padre em 1969 e estudou teologia numa universidade em Roma. Serviu como reitor em seminários de diversas cidades africanas.

    Daniel Fernando Sturla

    Santiago Mazzarovich / AFP
    Daniel Fernando Sturla.

    Uruguaio, 65 anos, é o arcebispo de Montevidéu. Perdeu o pai aos 13 anos de idade e a mãe, três anos depois. Foi interno num colégio salesiano e, posteriormente, formou-se em direito e teologia numa universidade católica. Foi ordenado padre em 1987 e tornou-se professor em diversos estabelecimentos católicos de ensino.

    Luís Antonio Tagle

    Tiziana FABI / AFP
    Luís Antonio Tagle.

    Filipino, 67 anos, é um cardeal de tendência liberal, ao ponto de ter sido apelidado de "Francisco Asiático". Foi considerado durante anos um dos favoritos para ser papa. Caso isso aconteça, será o primeiro do sudeste asiático e um dos raros da Ásia a ocupar a cadeira de São Pedro.

    Matteo Maria Zuppi

    Tiziana FABI / AFP
    Matteo Maria Zuppi.

    Italiano, 69 anos, foi arcebispo de Bolonha e se destaca entre os candidatos que refletem a visão de Francisco de que a Igreja deve representar e apoiar os pobres. É considerado progressista e virou cardeal em 2019. Teve relação estreita com o último papa, que lhe atribuiu diversas missões importantes, como tentativa de intermediar a paz entre Rússia e Ucrânia.

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