O que há por trás do acordo entre Israel e as ditaduras árabes do Golfo
O que há por trás do acordo entre Israel e 
as ditaduras árabes 
do Golfo
  • Reino Unido x União Europeia, a segunda temporada do Brexit

    Reino Unido x União Europeia, a segunda temporada do Brexit
  • Os locais da QAnon na Europa apareceram no final de 2019 e no início de 2020, mas sua popularidade aumentou com a pandemia e com o confinamento, observa Labbé. A Newsguard, que estudou sites, páginas e contas da QAnon no Reino Unido, na Alemanha, na França e na Itália, contabilizava cerca de 450 mil seguidores no final de julho. 

    Surgida em sites confidenciais, a teoria QAnon está-se espalhando para sites populares de notícias falsas na Europa e adapta-se aos contextos políticos locais. Na Alemanha ou na França, por exemplo, Angela Merkel e Emmanuel Macron são apresentados como peões do chamado “Estado profundo”. 

    — QAnon é uma esponja para as teorias da conspiração. Tudo, de mitologias antissemitas a 5G, ou à máscara, ando pela ficção científica. O arco de absorção é fenomenal — aponta Tristan Mendes , que ensina culturas digitais na Universidade de Paris. — E as diferentes teorias se alimentam umas das outras. Seu ponto forte se baseia na “pedocriminalidade”: se você questiona a luta dele, você apoia a pedofilia.

    O “Pizzagate” e a extrema-direita

    Algumas personalidades europeias popularizaram as teses de QAnon, como o cantor alemão Xavier Naidoo. No Reino Unido, o cantor Robbie Williams difundiu em junho a teoria do Pizzagate – precursora do movimento QAnon em 2016 –, segundo a qual uma pizzaria em Washington serviu de esconderijo para uma elite democrata pedófila.

    Há uma preocupação com as ligações entre a QAnon e a extrema-direita. Na Alemanha, a teoria foi imitada por extremistas que se opõem ao acolhimento de refugiados e por partidários da teoria da “Grande Substituição”, diz o pesquisador Miro Dittrich:

    — A ligação entre a cena conspiratória e a cena da extrema direita é lamentavelmente lógica.

    Na França, a teoria chegou pelo canal do conspirador direitista de Québec Alexis Cossette, diz Mendes . Considerado pelo FBI (a polícia federal americana) uma possível ameaça terrorista, na Europa o movimento é “um fenômeno a monitorar”, diz o pesquisador, preocupado com “a exaltação e o radicalismo” de algumas pessoas.

    Chine Labbé observa:

    — Você pode achar de tudo nos seguidores de QAnon, incluindo quem transmite as teorias sem maldade, que às vezes faz perguntas legítimas sobre a pandemia

    Uma fonte do governo francês complementa:

    — Há quem se deixe levar pelo delírio, quem surfe na onda e, sem dúvida, aqueles que têm uma agenda política, mesmo que seja difícil determinar isso. Pode ou não desaparecer. O que seria dramático é os partidos políticos tentarem usar esse tipo de movimento.

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