"É com enorme pesar que comunicamos o falecimento de Haílton Corrêa de Arruda, nosso inesquecível ex-goleiro e ídolo Manga".
O presidente do Botafogo associativo, João Paulo de Magalhães Lins, prometeu homenagens ao ídolo alvinegro e ofereceu o salão nobre de General Severino para a realização do velório.
— Faremos todas as homenagens a esse gigante de nossa história, que seguirá eternamente vivo em nossos corações — afirmou o dirigente.
Manga agora vai praticar seus milagres num lugar feito exatamente para isso: o céu
Manga foi uma das referências de duas grandes formações do Botafogo, que na época rivalizava com o Santos pelo título simbólico de melhor time do Brasil, nas temporadas 61 e 62, e 67 e 68.
Ele participou de quatro conquistas do Campeonato Carioca (1961, 1962, 1967 e 1968) e duas do Torneio Rio-São Paulo (1962, 1964 e 1966).
Nas redes sociais, o Inter lamentou a morte com uma homenagem ao goleiro. "Ídolo inesquecível, Manga foi peça fundamental na história colorada", afirmou o clube.
"Sua atuação na final do Brasileiro de 1975, jogando com dois dedos quebrados, simboliza a coragem e a entrega que o tornaram um dos maiores goleiros da nossa história."
Manga nasceu no dia 26 de abril de 1937, no Recife. Desde 1976, por iniciativa de dois ex-professores da Escola de Educação Física do Exército do Rio de Janeiro, a data é considerada como Dia do Goleiro, justamente em homenagem ao atleta.
Manguita Fenômeno: do frango na estreia ao heroísmo no título brasileiro
Ele se tornou famoso por não usar luvas numa época em que era comum os goleiros atuarem com a proteção nas mãos.
Dizia que não se sentia confortável, uma vez que tinha dedos tortos. Compensava com óleo e areia nas mãos para melhorar a aderência nas defesas.
Como profissional, Manga iniciou sua carreira no Sport Recife, no qual foi tricampeão pernambucano (1955, 1956 e 1958). Atuou, além da dupla Gre-Nal e do Botafogo, no Operário e Coritiba.
Fora do futebol brasileiro, vestiu as camisetas do Nacional, do Uruguai, e do Barcelona, do Equador. Pela equipe uruguaia, foi campeão da Copa Libertadores e do Mundial de Clubes, ambos em 1971. Faturou ainda quatro títulos nacionais no país vizinho.
Ele tinha um talento natural
Foi goleiro da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1966. No Mundial, ele compôs a equipe ao lado de lendas como Garrincha, Zagallo, Nilton Santos, Didi, Gérson e Jairzinho.
O goleiro que fazia defesas difíceis e tratava a bola como um brinquedo
Depois de encerrar a carreira, trabalhou como preparador de goleiros em Quito e nos Estados Unidos.