Venho a público relatar o acontecido para que não caia no esquecimento e não fique impune", disse a atleta em relato divulgado pelo Sindicato dos Atletas do Rio Grande do Sul. 

Em súmula, a arbitragem relatou o acontecido da seguinte forma: 

"Após o término da partida, a atleta de número 4, Roberta Cristina Silva da Rosa, da equipe do Juventude, relatou que a torcida desferiu a seguinte palavra "torresmo". A mesma sentiu-se ofendida, participo que nenhum membro da equipe de arbitragem ouviu tal palavra".

Por meio de nota oficial, a Federação Gaúcha de Futebol também se manifestou: 

"A Federação também espera que as entidades policiais e desportivas apurem o caso e apliquem as penalidades cabíveis aos responsáveis. O episódio foi relatado na súmula da partida".

O Juventude afirma que o jurídico do clube está apurando o que será feito na sequência, e que a atleta não fez boletim de ocorrências após o acontecido. Por meio de nota oficial, o clube também se manifestou:

"O Esporte Clube Juventude não aceita e não se calará diante de qualquer tipo de ato ou manifestação de cunho preconceituoso ou racista, destacando que seguirá atento em relação a este e outros casos que por ventura possam ocorrer".

O Brasil-Far emitiu nota oficial sobre o assunto, repudiando o ato:

"A SERC BRASIL vem a público reafirmar que repudia veementemente todo e qualquer ato racista ou de qualquer forma de preconceito"

A FGF explica que, como foi registrado em súmula, o caso deve ser julgado no TJD. 

Confira a nota do Juventude na íntegra

"O Esporte Clube Juventude vem a público repudiar as manifestações preconceituosas que partiram de um torcedor do Brasil de Farroupilha durante partida realizada na tarde deste domingo (21/08), pelo Campeonato Gaúcho Feminino, dirigidas à atleta Roberta Cristina Silva da Rosa, a Beta, capitã do Juventude na partida diante do Brasil de Farroupilha. Na ocasião, insultos foram ouvidos pelas atletas em campo e estão registrados pela transmissão oficial dos canais da Federação Gaúcha de Futebol. Há, também, o relato do ocorrido na súmula da partida.

Vale ressaltar que o futebol feminino está em franco desenvolvimento no Brasil, sendo que ainda há uma série de obstáculos a serem ultraados por atletas e profissionais envolvidas no trabalho junto à modalidade. Desta forma, toda e qualquer manifestação preconceituosa dirigida a uma atleta, que está em busca de seu sonho, enfrentando uma série de dificuldades, ganha ainda mais gravidade, pois torna-se mais uma lamentável, dura e condenável barreira a fim de desencorajá-la neste processo.

O Esporte Clube Juventude não aceita e não se calará diante de qualquer tipo de ato ou manifestação de cunho preconceituoso ou racista, destacando que seguirá atento em relação a este e outros casos que por ventura possam ocorrer".

Confira a nota do Brasil-Far na íntegra

A SERC BRASIL vem a público reafirmar que repudia veementemente todo e qualquer ato racista ou de qualquer forma de preconceito.

Somos uma entidade de 83 anos, fundada por descendentes de imigrantes que vieram de outras cidades estados e até continentes, trabalhadores das ferrovias oriundos de todas as regiões e de todas as etnias. E desde os primórdios aprendemos a conviver e a respeitar toda e qualquer diferença. Hoje somos uma Sociedade esportiva, recreativa e também cultural, por isso a igualdade sempre será o nosso principal pilar.

Nos consideramos referência na modalidade feminina no futebol do interior do nosso estado, modalidade esta que luta a cada dia por direitos e igualdade, combatendo preconceitos. Fazemos isso com total convicção e nunca por obrigação.

Diante dessa ideologia, estaremos sempre atentos a todos os fatos que forem levantados que possam representar algo controverso a essa ideologia, e com postura firme e responsável os apuraremos de maneira rígida e eficaz.

"Somos Rubro-verdes no coração, mas amamos e respeitamos todas as cores"

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