Leia mais:
Da dança com o diabo ao trator: relembre 10 frases de Argel
"Treinador está na dependência de vitórias para seguir no cargo", diz Argel em nota oficial
Relembre as declarações que geraram mal-estar entre Vitorio Piffero e Mano Menezes
Luxemburgo é descartado e nome de Mano Menezes ganha força para assumir o Inter

Campeão do mundo com Piffero como vice de futebol, Abel Braga rechaçou trabalhar com o dirigente e anunciou publicamente que só permaneceria no clube se Medeiros fosse eleito. E nem adiantou Vitorio afirmar em entrevista que "Abel, com certeza, é o nome da nossa preferência e também do associado e do torcedor. É colorado. É nosso. Se declara colorado". Abel não se comoveu. Tirou férias e assinou com o Al-Jazira.

E assim o perfil desejado pelo Inter foi sofrendo mutações. Tite também não aceitou o convite. Preferiu a segurança do Corinthians às incertezas do Beira-Rio. Mas houve mais tropeços. Antes da eleição, Piffero descartou Mano e Celso Roth – o segundo, porque as pesquisas entre os 21.292 associados que votaram a presidente apontavam grande rejeição a Roth, e os marqueteiros da campanha não queriam que o candidato se queimasse com os eleitores.

– Descartei Mano Menezes e descartei Celso Roth por não se enquadrarem no que eu penso para treinador – disse Piffero, no dia do pleito.

Três dias depois, eleito, e com sérios problemas para contratar um técnico, Piffero disse:

– Eu fiz (o descarte dos dois treinadores) a contragosto. Era um movimento muito forte, me obriguei a isso. Mas isso ou.

Mais além, Mano responderia a Vitorio Piffero, ao vivo, no programa Bem, Amigos!, do canal SporTV:

– Eu não vou trabalhar no Internacional com ele (Piffero). Eu respondi ao vice-presidente do Internacional, na época. Eu penso que técnico é um cargo de muita confiança do presidente do clube.

Já sem opções no mercado, foi a vez de a nova direção olhar para o que havia sobrado: o Mercosul. Um treinador de fora do Brasil. Porém, ainda quando haviam opções de mercado, Piffero havia dito o seguinte a respeito de um gringo:

– Não penso em técnico estrangeiro.

E Diego Aguirre foi oficializado uma semana depois dessa declaração, em 22 de dezembro, como o treinador do Inter para a Libertadores.

É possível seja assim de novo, quando o terceiro treinador desta gestão for contratado. Quando Aguirre foi demitido, a demora e os desmentidos foram semelhantes. O uruguaio foi embora no dia 6 de agosto, devido à eliminação nas semifinais da Libertadores, para o Tigres (MEX). Enquanto que a direção buscava o sucessor de Diego Aguirre, Odair Hellmann era confirmado interino. Foi assim para o histórico Gre-Nal em que o Inter foi goleado por 5 a 0, na Arena – Odair ainda comandou o time na vitória sobre o Fluminense de Ronaldinho.

Nesse momento, Jorge Sampaoli, o argentino que revolucionou a seleção chilena, era o preferido. Por Sampaoli, Piffero e o vice de futebol Carlos Pellegrini viajaram a Santiago. Não houve acerto. Então, Muricy Ramalho ou a ser o Plano B. Também não quis, alegando que estava em férias e que aceitaria trabalhar a partir de janeiro de 2016. Então, Pellegrini foi a Florianópolis e tirou o emergente Argel Fucks do Figueirense, em 13 de agosto. Sete dias depois de demitir Aguirre.

– O prazo é a nossa rapidez. Temos um jogo importantíssimo contra o Palmeiras no domingo – comentou Carlos Pellegrini, ao ser questionado sobre a urgência da direção em apresentar o substituto de Argel.

Portanto, o perfil do novo treinador do Inter dependerá de ele aceitar a oferta de com o clube por apenas cinco meses, até a nova eleição. Abel e Mano interessam. Costuras são feitas, a fim de superar antigas rusgas com esses dois treinadores. Mas é provável que o futuro técnico colorado não seja o Plano A, ainda que ninguém mais seja descartado por Piffero e que o perfil de novo transite do medalhão ao emergente, dependendo das dificuldades para contratar.

* ZH ESPORTES

GZH faz parte do The Trust Project
Saiba Mais

RBS BRAND STUDIO