não elétrico.
A disparada dos combustíveis, diz, foi o pontapé inicial para começar a busca por alternativas mais viáveis de abastecimento. Além disso, projeções da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) apontam que o fator preço será equilibrado já na segunda metade de 2023 no Brasil.
Atualmente, para se ter uma ideia, o quinto eletrificado mais emplacado no Estado, o Volvo XC40, foi lançado em setembro do ano ado com preço médio de R$ 389 mil. Modelo similar, convencional, é encontrado com diferença inferior a R$ 105 mil. Em cenário de custos mais compatíveis, como o da Europa, por exemplo, as vendas totais no mercado saltaram de 3%, em 2020, para o equivalente a 27%, no ano ado.
— Como utilizo muito o carro na cidade, comecei a especular a relação custo e benefício e descobri, surpreendentemente, que faria todo sentido para a minha necessidade — comenta Duarte.
O empresário é morador da zona sul de Porto Alegre. Antes da compra, a concessionária instalou, sem cobranças adicionais, um carregador do tipo wall box (alimentado pela rede doméstica tradicional, mas que fornece maior potência e transforma o carregamento lento, em rápido) em sua residência. Assim, em três horas, a bateria está completa e garante autonomia de 234 quilômetros de rodagem.
Além da opção na garagem da própria casa, Duarte costuma utilizar os pontos disponíveis no BarraShopping, enquanto realiza compras, ou no trabalho, no Edifício Trend 24, no bairro Independência, onde mantém uma clínica de fisioterapia e a o espaço de recarga
do local.
— Inicialmente, o planejamento era usar o carro na cidade e carregar em casa, na tomada, o que acrescentaria uns R$ 50 na conta de luz mensal. Logo, descobri pontos de recarga externos e, com chegada do verão, percebi que havia opções no Litoral. Tenho me deslocado para a praia quase todos os finais de semana, sem problemas para recarregar — argumenta Duarte.
O fisioterapeuta também viaja, com certa frequência, para Caxias do Sul. Lá possui outra empresa e relata não encontrar dificuldades com o recarregamento nesse destino.
— Com base na minha experiência, aconselho a mudança. Só o quem tem que cuidar é o perfil do motorista, porque ainda é algo mais indicado para cidade. Isso me foi muito bem esclarecido pela concessionária no momento da compra. Ainda assim, para o Litoral e a Serra, existem opções de recarga que contemplam as minhas necessidades — avalia Duarte.
Enquanto faltam políticas públicas no país, empresas disponibilizam alternativas aos usuários. Na concessionária Iesa, por exemplo, além dos pontos de carregamento nas lojas, existem dois postos de recargas no Litoral: na BR-101, em Osório, e no Parador Grupo Iesa, na Avenida Paraguassu, em Xangri-lá.
O diretor comercial Alexandre Barbosa conta que, até o ano ado, as vendas só eram efetuadas após a instalação necessária para o carregamento nas residências dos clientes. Outra iniciativa, da Volvo, que até o fim de 2022 pretende estar com a linha de produção 100% eletrificada, prevê a instalação de 300 pontos de carregamento na Região Sul.
O Estado possui uma das menores malhas de abastecimento do país. A ideia é que a própria iniciativa privada assuma esse papel e dê mais capilaridade para a rede de abastecimento
ALEXANDRE BARBOSA
Diretor comercial da Iesa
No Estado, há ainda um projeto da montadora Nissan com postos de combustíveis para oferecer, em localizações estratégicas nas rotas da Capital a Santa Maria e Pelotas, equipamentos de recarga. Todos os serviços ainda não têm previsão de cobrança para os motoristas.
— O Estado possui uma das menores malhas de abastecimento do país. A ideia é que a própria iniciativa privada assuma esse papel e dê mais capilaridade para a rede de abastecimento — comenta.
Por essa razão, Barbosa antecipa que o Iesa e-mobility, em conjunto com a Pontifícia Universidade Católica do RS (PUCRS), já utiliza a estrutura do Tecnopuc, em Porto Alegre, para avaliar e desenvolver novas opções para as necessidades e potenciais associadas ao mercado e à migração para os veículos elétricos.
Denominada de 1ª Rota do Veículo Elétrico do RS, a estrutura já conta com três estações de recarga entre a Serra e o Litoral: em São Francisco de Paula, Caxias do Sul e Torres. Concebida por duas empresas, a Magnani e a Sicredi, a iniciativa prevê pontos em outros 15 municípios. Entre eles, estão Nova Petrópolis, Novo Hamburgo e Porto Alegre. A previsão é de que, até o final deste ano, outros cinco pontos sejam instalados nas estradas gaúchas.