Caso o supermercado não aceite a devolução, o promotor sugere outros caminhos: a distribuidora da marca (Armazém das Águas em Porto Alegre, na Avenida Ipiranga, 8259) ou a própria empresa Do Campo Branco, pelo telefone (51) 3789-1362 ou e-mail [email protected].
Além dos lotes comprovadamente infectados por bactéria e coliformes totais, o MP suspeita que outros produtos industrializados pela empresa, incluindo as marcas Roda D'Água e Carrefour, podem estar em condições impróprias. Isso porque a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) confirmou que a fonte de onde era retirada a água estava contaminada.
Se o consumidor não conseguir trocar o produto, pode procurar órgãos de defesa, como o Procon, ou então entrar com ação na Justiça caso se sinta lesado.
Em nota, o Carrefour informou que todas as lojas gaúchas "estão retirando das gôndolas todas as marcas de água mineral envasadas pela empresa em questão, incluindo seu rótulo próprio (Carrefour), que é comercializado apenas no Estado". Além disso, o supermercado diz que suspendeu o fornecimento dos produtos da Mineração Campo Branco "até que seja apurada a eventual extensão do problema para outros lotes".
A Azul Linhas Aéreas confirmou, em nota, que fornecia água mineral Do Campo Branco aos clientes, mas que, desde o início de abril, o contrato foi extinto. Segundo o promotor do MP, a companhia tinha reclamações quanto à qualidade da água da marca.
Duas outras grandes redes de supermercado gaúchas, o Zaffari e o Walmart informaram que não comercializam a marca Do Campo Branco em suas lojas.
O RISCO DE CONSUMO
– Os lotes testados pelo MP continham a bactéria Pseudomonas aeruginosa, coliformes totais, limo, sujeira e mofo.
– A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece que a água mineral deve ser totalmente livre de coliformes e Pseudomonas, devido à vulnerabilidade de crianças e idosos.
– A bactéria é causadora de infecções respiratórias, urinárias e da corrente sanguínea em pessoas com a saúde debilitada.
– Já a ingestão de coliformes fecais provoca graves distúrbios gastrointestinais.
Contraponto
O advogado Flávio Antônio Ferri, que acompanhou a prisão do irmão Ademar Paulo Ferri e assessorou as detenções do também sócio-diretor Paulo Moacir Vivian e do químico industrial Marcelo Colling, afirma que a contaminação encontrada pela Operação Gota D´Água foi pontual e o problema já foi solucionado. A empresa teria inclusive laudos comprobatórios.
– A água é boa. Minha família bebe, todos nós bebemos e nunca houve problema nenhum – afirmou o advogado.
Ainda conforme ele, a empresa aguarda há três uma resposta da Fepam quanto a um protocolo de renovação de licença da fonte de água mineral.
No entanto, segundo o advogado, devido ao envolvimento pessoal com o irmão e com a empresa, já que sua família é dona de parte da terra onde fica a fonte de água em Progresso, a defesa dos três deverá ser reada a outro escritório, que ainda não foi definido.